Presidente do sindicato dos policiais civis nega envolvimento de agentes em gravação

05/03/2004 - 11h07

Brasília, 5/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal, Wellington Luiz Souza, negou hoje o envolvimento de agentes na gravação feita pelo sistema de segurança do aeroporto internacional de Brasília onde aparecem o ex-assessor do Palácio do Planalto Waldomiro Diniz e o empresário Carlos Cachoeira. O encontro foi registrado em vários pontos do aeroporto em 20 de maio de 2002.

Segundo Souza, o policial civil Gilson Simões retirou uma fita do aeroporto, mas o interesse não eram as imagens do encontro entre Diniz e Cachoeira. O agente está prestando depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Ainda conforme sindicalista, o objetivo era checar a versão de um suspeito de latrocínio, Elcio Pereira Ramos, investigado pela Delegacia de Repressão a Roubo. A época, Ramos teria dito que viajou no dia do crime para se inocentar. "Não tem nenhuma ligação com o fato Waldomiro Diniz. Eles (policiais civis) trabalharam de forma séria e responsável para chegar ao autor do latrocínio", afirmou.

Para reforçar sua versão, Simões apresentou um laudo de arrecadação, que seria parte do inquérito aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal. O próprio documento traz contradições: o protocolo é de 2002, mas no texto a data é 19 de junho de 2000. De acordo com o presidente do sindicato, a falha pode ter sido um erro de digitação e apesar de o laudo não apresentar nenhuma identificação oficial, ele garantiu a autenticidade do documento.

Ontem, ao ouvir o depoimento de um funcionário da Infraero, o delegado César Nunes disse que PF já possui indícios de que o monitoramento teria sido solicitado por homens que se identificaram como policiais civis do Distrito Federal.