Governo não ''abafou'' nem ''desabafou'' CPI, diz Rebelo

05/03/2004 - 13h49

Antônio Arrais
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, afirmou hoje que o governo não mobilizou sua base de sustentação política para "abafar" a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, ao não indicar parlamentares para integrar a comissão. "Não houve movimento do governo para 'abafar' ou 'desabafar' qualquer coisa", disse Aldo Rebelo. A declaração foi feita depois da participação de Rebelo na sessão de abertura do "1º Encontro Nacional do PCdoB (Partido Comunista do Brasil) sobre Questões do Partido", que está sendo realizado em um auditório da Câmara, em Brasília.

Rebelo disse que a base aliada tem autonomia para agir da forma que considerar melhor e que a preocupação maior dessa base é tocar as votações da agenda positiva, tanto no Senado como na Câmara, a exemplo da votação, na quinta-feira, das medidas provisórias do setor elétrico pelo Senado.

Aldo Rebelo negou, também, que tenha promovido um almoço, ontem, para conciliar divergências entre os ministros José Dirceu (Casa Civil) e Luiz Gushiken (Comunicação Social): "Não houve reunião para apaziguar porque não há o que apaziguar", disse Rebelo. Ele afirmou que "não havia, não há e nem haverá divergência" entre os dois ministros. Segundo o ministro, o encontro é rotineiro e feito não só com esses dois ministros, mas como com outros membros do Ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Encontro

O encontro nacional do PCdoB, iniciado hoje, se estende até domingo pela manhãe e debate temas como as perspectivas para as eleições municipais deste ano e a relação do partido com o governo Lula. Os dois ministros de Estado do partido – Aldo Rebelo e Agnelo Queiroz (Esportes) –estiveram presentes à abertura da reunião.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, disse, em entrevista, que o caso Waldomiro Diniz "pode acontecer em qualquer governo, com qualquer partido, em qualquer lugar do mundo" Para ele, o diferencial no caso foi que o presidente Lula agiu com rapidez: demitiu sumariamente o funcionário envolvido e ordenou as medidas cabíveis, sob responsabilidade da Polícia Federal e do Ministério Público.

Renato Rabelo disse que uma CPI para investigar o caso, no momento, é uma ação política indevida, que somente caberia se não houvesse investigação policial sobre as denúncias, "o que não é o caso, como se vê".