Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do Governo no Senado, pediu ao Ministério da Justiça para investigar o assassinato do primo do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), o empresário Luiz França de Moura Neto, sequestrado há dois dias. O corpo dele foi encontrado, hoje de manhã, em Cuiabá. Estava carbonizado. Em conversa com jornalistas, Mercadante disse ter feito a solicitação porque o governo não quer deixar nenhuma dúvida sobre o caso. "Já conversei com o senador Antero e nenhuma hipótese pode ser descartada", explicou o senador.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), sugeriu hoje que o assassinato poderia ter ligações indiretas com supostas ameaças sofridas por Antero Barros desde que propôs a CPI Waldomiro Diniz. "Está provado estatisticamente que se meter com esse pessoal dá azar. Seis pessoas correlatas ao caso Santo André morreram, e agora o primo do senador Antero é assassinado de maneira cruel", disse, após reunião da Executiva Nacional do PSDB.
Virgílio negou estar fazendo uma denúncia. Disse não ter provas para acusar ninguém. O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), também questionou o que chamou de "sucessão de coincidências no mínimo preocupantes" iniciadas depois da proposta de investigação do ex-assessor da Casa Civil.
O senador Antero Paes de Barros não vê relação entre os casos. "Tenho o dever de não fazer relação e não o faço. Peço apenas que o crime seja investigado", disse.
Ainda assim, Antero e lideranças do PSDB, PFL, PPS e PL foram ao Ministério da Justiça pedir proteção policial para o senador e sua família.