Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em reunião na manhã de hoje com representantes do governo no setor de infra-estrutura de exportação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a enfatizar que o governo quer acabar com os "gargalos" que retraem os investimentos no setor de infra-estrutura no país. O presidente pediu determinação para que haja maior coordenação dentro do próprio governo para evitar atrasos no escoamento da produção e impulsionar os investimentos necessários para a recuperação da malha rodoviária do país.
"Há uma preocupação em localizar todo o tipo de obstáculo que possa haver para a aceleração dessas atividades. Este governo está empenhado em acelerar os investimentos em infra-estrutura, especialmente os que se voltam para a exportação. Temos hoje grande produção de grãos, e a malha ferroviária é um dos caminhos importantes para que isso aconteça", enfatizou o porta-voz da Presidência, André Singer, em pronunciamento na tarde de hoje.
À tarde, em reunião com o presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, o presidente garantiu ser prioridade do governo acabar com os obstáculos que reduzem os investimentos. "O presidente está consciente disso, inclusive tem incentivado até a importação, no sentido de reduzir taxas para vagões, para ter isso mais prontamente dentro do Brasil. É um problema que temos que enfrentar, e o governo está muito consciente, os ministros todos estão muito conscientes. Está em pauta a prioridade para investimentos em infra-estrutura e desengargalamento para poder escoar a produção", revelou o presidente da Vale.
Ele citou como exemplos de "gargalos" a demora do governo em autorizar licenças ambientais para projetos de infra-estrutura, dificuldades na legislação do setor, prazos e responsabilidades sobre os projetos. "Eu tenho conversado muito com a ministra Marina Silva, com o ministro José Dirceu, o presidente tem acompanhado isso tudo e sabe que isso é um assunto de prioridade no sentido de liberar ou destravar alguns grandes projetos de infra-estrutura", disse Agnelli.
Lula também pediu que os ministros concentrem as atenções nos portos brasileiros - uma das principais alternativas para o escoamento da produção brasileira. Segundo o porta-voz, o presidente quer que os órgãos encarregados de fiscalizar os produtos brasileiros que vão para o exterior, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Receita Federal e a Polícia Federal, "atuem de maneira coordenada para que nenhuma seja motivo de atraso na saída desses produtos".
O presidente da Vale do Rio Doce aproveitou o encontro para convidar o presidente Lula a participar de inaugurações de obras da empresa, todas no setor de infra-estrutura, previstas para este ano. Roger Agnelli também conversou com o presidente sobre a viagem que Lula pretende fazer à China, em maio deste ano. Segundo ele, a viagem será muito importante para fortalecer os contatos do mercado brasileiro com o chinês. A China é hoje um dos principais parceiros comerciais da Vale, responsável pela importação de 170 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. "Os chineses, além de compradores e clientes da Vale, também são parceiros em novos investimentos", ressaltou Agnelli.
