Rio, 17/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Embora tenha apresentado resultado melhor do que o do primeiro mês do ano passado, o faturamento do comércio varejista da Região Metropolitana do Rio de Janeiro fechou janeiro deste ano com queda de 2,1% em seu faturamento real, na comparação com janeiro de 2003.

A constatação é da pesquisa Opinião do Comércio de Bens e Serviços e Turismo, coordenada pela Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro.

Apesar de ainda negativo, o resultado indica que o comércio começa a se recuperar: em janeiro do ano passado, a queda tinha sido bem mais intensa, de 7,96% em relação ao mesmo mês de 2002.

Para o presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, "esse quadro é um reflexo da situação econômica do país e indica que a recuperação se faz de forma desigual. A política de redução dos juros, que caíram dez pontos percentuais desde junho para os atuais 16,5% ao ano, vem mostrando resultado, com os setores mais dependentes do crédito estando na vanguarda da retomada. Além disso, o governo lançou linhas especiais para alguns setores e o programa de microcrédito, ampliando a capacidade de venda desses setores".

Orlando Diniz ressalta, porém, que "o resultado de janeiro mostra que só isso não é suficiente para garantir o crescimento do setor. A renda do trabalhador continua comprometida, com queda de mais de 4% nos últimos 12 meses, fazendo com que os setores mais ligados a essa variável tenham desempenhos decepcionantes".

Por isso mesmo, o setor espera que, além da retomada da trajetória de queda nos juros, o governo desenvolva políticas voltadas para a geração de renda para o trabalhador, de modo que o comércio possa apresentar um desempenho mais robusto e mais equilibrado," explica Diniz.

O levantamento abrangeu 1.309 estabelecimentos comerciais da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, envolvendo 26 ramos de atividade, entre os quais supermercado, açougue, ótica, material de construção, roupa, calçado e farmácia.