Setor de pisos e cerâmicas para revestimento planeja exportar US$ 300 milhões em 2004

17/02/2004 - 17h51

Da Agência Anba

São Paulo - O Brasil é o terceiro maior exportador mundial de pisos e cerâmicas para revestimento. Acreditando no potencial de crescimento das vendas externas, especialmente por meio de pequenas e médias empresas, a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmicas para Revestimento (Anfacer) e a Agência de Promoção das Exportações do Brasil (Apex-Brasil) desenvolvem, desde 2000, o Programa Nacional de Desenvolvimento das Exportações de Cerâmicas para Revestimento.

O convênio entre as duas entidades administra o plano de investimentos de R$ 7,5 milhões para ações destinadas a expandir as exportações e melhorar a competitividade do setor como um todo. "A intenção é saltar de um patamar de faturamento de US$ 181,1 milhões, exportados no ano de implantação do programa, para US$ 300 milhões em 2004", afirma Antonio Carlos Kieling, diretor-superintendente da Anfacer.

"Hoje, entre 18 e 20% do volume total produzido é exportado. Nossa meta é chegar próximo a 40%", aposta Kieling. Segundo ele, o programa (renovado até julho de 2005) tem uma visão de longo prazo. "Queremos que o setor seja produtivo e globalizado. Por isso a qualidade do produto em si, a modernização dos processos produtivos e o investimento em design, por exemplo, são indispensáveis", garante.

O setor brasileiro de pisos e cerâmicas para revestimento é formado por 97 empresas, sendo que 63 estão localizadas no Sudeste, 23 no Sul, 10 no Nordeste e 1 no Centro-Oeste. Estados Unidos, África do Sul, Canadá, Chile e Porto Rico são os principais compradores. Já os grandes mercados potenciais, onde a prospecção de negócios já começou, são os países do Oriente Médio, Norte da África, Rússia, Ásia, Índia e Europa.

Nos Emirados Árabes Unidos, em 2003, o setor participou da Semana do Brasil em Dubai, e da feira Big 5, a maior de construção civil do Oriente Médio. De acordo com Kieling, a participação na edição deste ano também já está praticamente garantida.

Crescimento de 22,3%

No ano passado, as exportações de revestimento cerâmico registraram crescimento expressivo. As empresas venderam US$ 250,7 milhões, correspondentes a 103,5 milhões de metros quadrados, em produtos para o mercado externo no ano passado, superando em 22,3% os US$ 205 milhões (73,9 milhões de metros quadrados) embarcados em 2002, conta Kieling.

De acordo com o diretor, os fabricantes conseguiram aumentar as exportações atuando em várias frentes. As empresas realizaram um trabalho intenso de desenvolvimento e consolidação de sua participação no mercado internacional com o suporte de uma infra-estrutura de armazenagem, escritórios comerciais e contratos com distribuidores no exterior.

Outra iniciativa importante da Anfacer em 2003 foi a Revestir - Feira Internacional de Revestimentos - Brazilian Tile & Stone Exhibition, que incentivou a integração dos produtores brasileiros com compradores internacionais, o suporte dos programas da Apex. "A Revestir é o grande instrumento de internacionalização da marca", garante Kieling.

A edição deste ano, que ocorre de 9 a 13 de março, deve ser visitada por mais de 500 compradores estrangeiros de 47 países diferentes. "Nós passamos o ano todo divulgando o evento em feiras internacionais do setor, no Brasil e no exterior", completa.

Paralelamente à feira, também será realizado o Fórum Internacional da Construção, evento que vai reunir arquitetos, construtoras, revendas e setor de pedras ornamentais.

Atualmente, 80% dos produtos brasileiros têm certificação de qualidade e atendem aos padrões internacionais. O setor detém um dos parques industriais mais modernos do mundo, com equipamentos de última geração e maior produtividade.

"Em janeiro de 2001 registramos mais de 35 empresas ativas no mercado externo. Antes tínhamos pouco mais de uma dezena de empresas com contratos de exportação", ressalta Kieling.

A qualidade e novas especificações de uso dos revestimentos cerâmicos brasileiros permitiram aos fabricantes viabilizar a aplicação dos revestimentos cerâmicos em áreas onde não eram utilizados. Os fabricantes brasileiros aprimoraram os seus produtos e conseguiram transformá-los na solução perfeita para áreas de grande circulação como aeroportos, shopping centers, supermercados e centros comerciais.

A qualidade do revestimento brasileiro e a agilidade dos fabricantes em acompanhar as tendências internacionais têm assegurado o crescimento das vendas. "As indústrias aprimoraram a gestão e funcionam com uma estrutura de custos bem ajustada que garante a competitividade do produto no exterior", diz Kieling.