Rodrigues quer aproximar integrantes do G-20 e do Grupo de Cairns

17/02/2004 - 13h52

Janaína Almada
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na próxima semana, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, vai à Costa Rica para participar de uma reunião entre representantes do G-20, grupo formado por países em desenvolvimento desejosos de maior liberalização do comércio agrícola, e do Grupo de Cairns, em que estão reunidos tanto países em desenvolvimento quanto nações ricas exportadoras agrícolas, caso dos Estados Unidos, Nova Zelândia e Austrália.

De acordo com Rodrigues, o encontro será uma oportunidade para afinar discursos que, até agora, se mostraram convergentes. Provocaram, por tabela, na opinião do ministro, dificuldades nas negociações no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), como o que se viu na reunião ministerial de Cancún, no México, em setembro do ano passado. "Está claro que o papel do G-20 ganhou importância. As discussões em Genebra mostraram isso dentro da OMC. Vamos procurar fazer uma aproximação mais forte entre esses dois blocos e se possível uniformizar as posições" afirma.

Apesar da reunião de Costa Rica ser importante para as negociações brasileiras, Rodrigos afirma que não será determinante para a abertura comercial. "Os grupos interessados na abertura comercial estarão presentes, mas ela não irá determinar a abertura de mercado e sim marcar um posicionamento desses países para a discussão que vem em seguida na OMC", observa.

Rodrigues disse que diálogos com representantes da Austrália, na Costa Rica, serão muito importantes. Isso porque o país da Oceania firmou um acordo com os Estados Unidos que pode, na avaliação do ministro, tornar mais difíceis as negociações em esfera multilateral.

O que nós vamos ouvir na Costa Rica por parte da Austrália é muito importante quanto ao futuro do grupo. Daí o meu interesse em trabalhar na aproximação do G20 e grupo de Cairns. O grupo de Cairns, de exportadores agrícolas devem jogar um papel relevante nesse processo. O que não mantém as expectativas e o acordo entre Eua e Austrália, um dos países líderes do grupo de Cairns.

Disse, ainda, que acordos bilaterais tipo União Européia-Mercosul podem estimular mudanças na OMC, uma vez que pode ser criada uma espécie de referência para flexibilizar regras da Organização Mundial do Comércio.