Pesquisa mostra que poucos cirurgiões-dentistas conhecem farmacologia

17/02/2004 - 15h11

Brasília, 17/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Pesquisa realizada em Belo Horizonte (MG) revela que muitos cirurgiões-dentistas não consideram a farmacologia importante na sua carreira e prescrevem medicamentos apenas oralmente, sem preencher o receituário, o que constitui um erro grave.

Os medicamentos não são ferramentas de trabalho apenas em medicina: um arsenal de antibióticos, antiinflamatórios e analgésicos também é utilizado em odontologia. A pesquisa, realizada com 160 profissdionais, mostrou que 30% deles não consideram a farmacologia muito importante na sua carreira, embora 83% tivessem prescrito algum remédio para seus pacientes nas duas semanas anteriores ao estudo. A farmacologia é a disciplina que estuda as propriedades dos medicamentos.

No trabalho feito pelos pesquisadores Lia Castilho e Helena Paixão, da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Edson Perini, da Faculdade de Farmácia, metade dos entrevistados disse ter feito algum curso de reciclagem em farmacologia. Contudo, 45% classificaram como insuficiente seu conhecimento nessa área.

Dois em cada cinco cirurgiões-dentistas não anotavam na ficha clínica dos pacientes quais medicamentos haviam sido receitados. Além disso, mais de 25% prescreviam remédios apenas oralmente. "As prescrições não registradas (por escrito) em receituário, bem como aquelas escritas nas quais faltam instruções para o uso do medicamento, como especificações de dose, intervalo e duração do tratamento, podem levar o paciente a utilizar o medicamento por tempo insuficiente ou por períodos demasiados", alertam os pesquisadores.

"No caso específico dos antibióticos, este é um problema crucial, pois os mesmos necessitam de um tempo pré-determinado de utilização para evitar que cepas bacterianas resistentes permaneçam no organismo e se proliferem, causando uma infecção muito maior e insensível à ação daquele antibiótico utilizado de forma incorreta", exemplificam. (Agência Notisa)