Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - O presidente do BNDES, Carlos Lessa, defendeu maior capitalização para a instituição. Segundo Lessa, o BNDES pode executar hoje o orçamento de R$47,3 bilhões, previsto para 2004, sem capitalização, enfrentando apenas uma dificuldade, que é a restrição para financiar agentes públicos.

Esclareceu que não se trata da restrição geral estabelecida pelo protocolo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas que atinge bancos, que só podem se expor ao setor público até 45% do seu patrimônio de referência e o BNDES está próximo de chegar a esse limite. "Isso é inquietante porque grande parte dos investimentos, que são fundamentais para o país ganhar musculatura e crescer, refere-se a investimentos com agentes públicos", avaliou.

Daí a necessidade do BNDES de aumentar o capital para eliminar essa restrição nas operações com os agentes públicos, disse Lessa. Os recursos necessários a essa capitalização oscilam entre R$5 bilhões a R$15 bilhões e não significarão aporte, conforme explicou Carlos Lessa, porque são os créditos que o Tesouro Nacional tem com o Banco. "Na verdade, é muito mais um jogo de contas do que propriamente um aporte de novos recursos", explicou.