Brasília, 17/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os produtores do Rio Grande do Sul poderão assumir, por meio de cooperativas, o controle da unidade da Parmalat em Carazinho, na região Norte do estado, como uma das formas de encontrar uma saída rápida para o impasse que afeta o setor leiteiro nos três estados do Sul do país. Para isso foi instalada hoje em Porto Alegre a comissão que vai operacionalizar a proposta da classe produtora, e que será entregue ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, nesta quinta-feira (19).
Segundo o delegado federal do MDA no estado, Jeferson Miola, a idéia é que o governo federal crie instrumentos de crédito para investimentos na reconversão da planta industrial da empresa, permitindo que as cooperativas do setor viabilizem o empreendimento, em regime de comodato ou de arrendamento, preservando a renda dos produtores e o emprego dos trabalhadores, além de fortalecer o setor cooperativo.
"A medida vai beneficiar o conjunto da sociedade, uma vez que existe toda uma cadeia produtiva no setor que chega diretamente aos consumidores, e que também determina os preços desses produtos", afirma Miola. A "Proposta de Reestruturação do Setor Leiteiro do Rio Grande do Sul e Região Sul do Brasil", também será apresenta ao interventor da Parmalat e ao juiz que decretou a intervenção, para que a modalidade de arrendamento feito pelas cooperativas tenha primazia na discussão sobre as alternativas para o Grupo da Empresa.
Coordenada pelo MDA, a comissão é formada por mais de 30 representantes dos setores interessados no assunto, como a secretaria da Agricultura e Abastecimento do estado, Ministério da Agricultura, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Organização das Cooperativas gaúchas (Ocergs), e Central Gaúcha de Leite (CCGL), entre outros.
Mais de 100 mil dos 400 mil imóveis rurais no Rio Grande do Sul têm na produção do leite a sua principal fonte de renda. A proporção é idêntica no Paraná e Santa Catarina. A capacidade produtiva da unidade da Parmalat em Carazinho é de 1,5 milhão de litros de leite por dia. A empresa produz leites integral, desnatado, semidesnatado, condensado e reidratado, além de creme e manteiga.
