Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil – O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse que não há intenção do governo brasileiro de salvar a Parmalat, mas sim o processo produtivo. A opinião foi compartilhada pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, assegurando que o banco não vai emprestar nenhum centavo à Parmalat.

Ele admitiu, contudo, que o BNDES está aberto a apoiar cooperativas que assumam a Parmalat, desde que apresentem um plano de aperfeiçoamento, de modernização das instalações. "A reestruturação do setor é conosco mesmo!", afirmou. Se for uma operação de curto prazo, será de competência do Banco do Brasil, advertiu.

Lessa lembrou que está permanentemente em contato com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, a respeito da questão Parmalat porque entende que o leite é uma proteína chave para as crianças brasileiras e nenhum país pode deixar sua economia do leite se arrebentar.

O secretário de Economia Solidária do governo Lula, Paul Singer, esclareceu que a questão da perda de empregos e do pagamento dos fornecedores foi resolvida pela justiça quando decretou a intervenção na Parmalat. Isso significa que a crise pode ser superada agora, mantendo todos os empregos e a produção de leite, que é prioridade para o governo e a sociedade brasileiros. Ele acredita que o futuro da Parmalat no Brasil será resolvido em pouco tempo.

Singer revelou que existem propostas, para a reestruturação da empresa, que deverão ser analisadas, entre as quais a dos trabalhadores da indústria do leite juntamente com as cooperativas de transformar a Parmalat numa grande cooperativa de segundo grau, em que diferentes unidades industriais seriam transformadas em unidades singulares.

Lessa destacou a oportunidade da adoção da velha embalagem de plástico, conhecida como "barriga mole", para acondicionar os litros de leite, dado ao seu valor mais baixo do que a embalagem de cartão, do tipo Longa Vida. Enquanto a primeira custa R$ 0,03, a segunda custa R$0,45, o que representa quase o valor do próprio litro da bebida. )