Pesquisadores da Unicamp criam bissensores miméticos

16/02/2004 - 14h10

Brasília, 162/2004 (Agência Brasil - ABr) - Borboletas, mariposas, camaleões e muitas outras espécies animais, ao menor sinal de aproximação do inimigo, mudam de cor ou de forma para se tornar parecidos com o ambiente ao redor e confundir os predadores.

Essa capacidade de imitação, conhecida como mimetismo, inspirou pesquisadores da Unicamp a criar compostos sintéticos que reproduzem, com vantagem, a atividade de anticorpos, enzimas, células, receptores e outros componentes biológicos, fundamentais para o funcionamento dos biossensores, como aquele que mede o nível de glicose dos diabéticos, o glicosímetro portátil vendido em farmácias.

Batizados de sistemas biomiméticos, os compostos sintéticos têm o objetivo de reconhecer íons ou moléculas das substâncias analisadas pelos biossensores, ampliando e facilitando a disseminação desse tipo de análise química.

"Outro objetivo é garantir uma estabilidade (manutenção da atividade), por longos períodos, para esses dispositivos, evitando um dos pontos críticos que impede a comercialização desses produtos para um vasto leque de aplicações", diz o professor Lauro Tatsuo Kubota, do Instituto de Química (IQ), que encabeça a pesquisa com biossensores.

A intenção dos pesquisadores é criar dispositivos que emitem respostas químicas traduzidas por componentes físicos que formam o conjunto do biossensor, como eletrodos, fibras ópticas e polímeros condutores. A escolha de enzimas, anticorpos ou células é pautada pela substância que o dispositivo foi programado para identificar em águas, bebidas, alimentos ou em exames de sangue ou urina. (Agência Fapesp)