Coordenação de Movimentos Sociais convida população a construir novo modelo de desenvolvimento

16/02/2004 - 15h29

São Paulo, 16/2/2004 (Agência Brasil - ABr) - Com o objetivo de articular as entidades ligadas aos movimentos sociais e estimular a mobilização mais intensa, a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), ligada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), divulgou hoje a "Carta de São Paulo por um 2004 de organização, mobilização e mudança", resultado de uma plenária nacional, realizada nos dias 12 e 13.

A carta é um convite aos trabalhadores, desempregados, estudantes, sem-teto e sem-terra a construir uma campanha cívica que chame a atenção para a construção de um novo projeto de desenvolvimento nacional, que, segundo a CMS, é fundamentado na soberania, valorização do trabalho e distribuição de renda.

"Diversas entidades se reuniram nos estados para a plenária e o resultado foi essa carta que é uma crítica à atual política econômica, principalmente no que diz respeito aos dados mais recentes (como os de desemprego, por exemplo), além de elaborar um calendário de mobilizações para o primeiro semestre", disse o secretário de comunicação da CUT, Antonio Carlos Spis.

De acordo com o diretor executivo da CUT, Gilson Reis, as condições macro-econômicas criadas pelo governo Lula resultaram no acúmulo de demandas sociais que depende de um novo modelo para avançar. "A demanda da educação, saúde, reforma agrária, emprego, infra-estrutura precisa de uma nova política. O que sempre se debate na CMS é justamente a mobilização do povo para a formação de opinião na sociedade brasileira para mostrar que existem outras alternativas para o Brasil", afirmou Reis.

Uma cartilha orientando a população para a necessidade da mobilização, elaborada pela CMS, será distribuída para cerca de quatro milhões de pessoas em todo o país, revelou o diretor de Relações Internacionais da União Nacional dos Estudantes (UNE), Paulo Vinícius Santos da Silva. "A cartilha nacional será o instrumento utilizado na formação desses grupos. Ela (cartilha) é popular, fala sobre a situação do país e debate questões como desemprego, ameaça à soberania, problema de desenvolvimento e como resolver esses problemas", explicou.

Apesar de parecer, a iniciativa não é uma forma de oposição, garante Vinícius. "Nós queremos conscientizar a população a reivindicar que o governo faça aquilo para o que foi eleito e para que seja abolida essa política neo-liberal instituída no país. Sem as mudanças necessárias não haverá crescimento econômico", finalizou.