Brasília - A maioria dos norte-americanos acredita que, ao justificar a guerra, o presidente Bush mentiu ou deliberadamente exagerou sobre a evidência de que o Iraque possuía armas de destruição em massa, de acordo com a nova pesquisa de opinião Washington Post-ABC News, divulgada nessa quinta-feira.
A pesquisa, que revela também queda no apoio à guerra no Iraque e à liderança de Bush, indica que está aumentando o questionamento sobre a capacidade do presidente de dizer a verdade.
Pouco mais da metade dos entrevistados, 52%, acha que o Bush é "honesto e confiável". Esse percentual é 7 pontos menor do que o revelado em outubro de 2003 e o pior desde março de 1999, quando a pergunta foi feita pela primeira vez aos cidadãos norte-americanos.
As questões sobre o uso das informações da comunidade de inteligência a respeito da presença de armas proibidas no Iraque antes da guerra, além de colocar em dúvida a honestidade, provocou forte queda na cotação do desempenho presidencial. O número de pessoas que acredita que ele está fazendo um bom trabalho caiu 8 pontos percentuais desde janeiro deste ano. No mesmo período, baixou também em oito pontos o percentual de norte-americanos que acredita que a guerra valeu a pena(56% para 48%).
O jornal Washington Post comenta que honestidade e credibilidade foram temas centrais da campanha de Bush para presidente. E que, inclusive, ele teria se beneficiado da repugnância dos americanos pelas mentiras do Bill Clinton a respeito do caso com a estagiária Mônica Lewinsky. Clinton não conseguiu fazer o sucessor. Al Gore também foi acusado por Bush de "falar uma coisa e fazer outra".
Provável concorrente de Bush nas eleições presidenciais de novembro, o senador John Kerry está aproveitando este "lapso de credibilidade", do presidente, em sua campanha. E os norte-americanos, segundo o jornal, estão prestando atenção no que diz o candidato democrata. Se as eleições fossem hoje, Kerry teria 52% dos votos, contra 43% que seriam concedidos a Bush.