Perito que comandou as buscas no Iraque diz que as armas de destruição não existem

26/01/2004 - 8h12

Brasília - O perito que dirigiu o grupo encarregado de encontrar armas de destruição em massa no Iraque, David Kay, admitiu a inexistência deste tipo de armamento no país antes da invasão pelas forças norte-americanas, em março do ano passado. As informações foram dadas à rádio pública norte-americana NPR,nesse domingo, dois dias depois de Kay ter renunciado ao cargo de consultor Cia, a agência de inteligência dos Estados Unidos.

Kay disse que o serviço de inteligência dos Estados Unidos é que deve uma explicação ao presidente George W.Bush por ter dito que havia armas de destruição no Iraque.

"Em resumo e baseado no que vi, considero muito difícil que se encontre grande quantidade de de armas no Iraque. Eu acho que essas armas não existem", afirmou.

Em visita oficial à Geórgia para a posse do novo presidente do país, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, disse, nesse domingo, em resposta às declarações de Kay, que as ações militares se justificaram por causa de 12 anos de violações das resoluções da ONU cometidas pelo Iraque.

"O Iraque tinha a intenção de produzir armas de destruição e os iraquianos já tinham usado essas armas e tinham programa para desenvolvê-las", disse Powell.

Ele voltou a dizer que o mundo e os iraquianos vivem melhor depois que Saddam Hussein perdeu o poder no Iraque e assegurou que os Estados Unidos vão encontrar todos os elementos que comprovam o programa de armas de destruição em massa e qualquer armamento que exista no Iraque.

Segundo lembrou a Rádio ONU, no ano passado, pouco antes da invasão do Iraque, Powell alertou o Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre o que ele considerava o perigo representado pelo Iraque. E chegou a afirmar que o país tinha entre 100 e 500 toneladas de armas químicas.

Depois de ter dito que as armas nunca seriam encontradas, o substituto de Kay e ex-inspetor de armas da ONU, Charles Duelfer diz agora que não irá "prejulgar" as investigações.

As informações são das agências internacionais