Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília, 23/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O novo ministro das Comunicações, Eunício Oliveira (PMDB/CE), exibia há alguns meses confiança de que estaria no governo. Mas só respirou aliviado quando seu nome foi confirmado hoje cedo, após o primeiro round de conversas entre o PMDB e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Disciplinado, Eunício só deu a primeira entrevista como ministro após o anúncio oficial da reforma feito pelo presidente Lula. Ele manteve um discurso conciliador e garantiu que não houve angústia pela demora. "O PMDB nunca teve agonia. Esperamos a reforma com muita serenidade", disse.
Agora, segundo o novo ministro, o PMDB não só garante a governabilidade com o apoio no Congresso Nacional, mas também será sujeito nas transformações pelas quais passará o país. "O partido vai agora executar as políticas públicas traçadas pelo presidente. Há muitos desafios. Vamos enfrentá-los. Vim da iniciativa privada e vou fazer o que o presidente deseja: dar mais velocidade para os projetos do governo", disse.
Eunício fez questão de elogiar seu antecessor na pasta, Miro Teixeira, que agora será líder do governo na Câmara. Miro teve um início de gestão polêmica ao questionar um aumento de tarifas de telefone autorizado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e chegou a recomendar que os consumidores entrassem na justiça contra a decisão.
Eunício lembrou que o governo tem dois compromissos que serão mantidos: respeito aos contratos e defesa do consumidor. "A postura do governo é de defesa do consumidor, mas temos também uma posição clara de que os contratos assinados serão todos honrados", garantiu.
Deputado na segunda legislatura, Eunício foi o candidato mais votado do PMDB no Ceará nas eleições de 2002. Empresário e pecuarista, Eunício foi eleito líder da bancada em 2003 e foi um dos responsáveis pelos quase 80% de votos do partido para aprovação das reformas constitucionais, além de outras matérias importantes para o Governo, o que lhe cacifou para ser um dos ministeriáveis do PMDB. (Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço)