Brasília, 23/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil obteve autorização para exportar maçã fresca para o Canadá, depois de dez anos de negociação. No ano passado, o país exportou 75 mil toneladas do produto para 45 regiões, das quais o principal mercado foi a Europa. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Maça (ABPM), Luiz Borges, para consolidar o mercado canadense é preciso mostrar a qualidade e a sanidade do produto brasileiro e criar parcerias com atacadistas daquele país.
O presidente da ABPM explicou que a negociação com o Canadá foi uma troca. "O Brasil poderá importar trigo e batata canadenses e o Canadá, as maçãs brasileiras". Borges acredita que o prazo para os produtores brasileiros passarem a enviar volumes significativos para o Canadá é de três anos.
Neste ano, a previsão é exportar 400 toneladas, do total de 80 mil toneladas envidados principalmente para Holanda, Reino Unido e Alemanha. "Essa abertura é importante, por ser o Canadá um mercado bastante significativo. Mas o mercado de frutas se abre aos poucos, porque é muito competitivo", disse Borges. Os principais concorrentes do Brasil são Chile, Argentina, África do Sul, Nova Zelândia e Austrália.
O próximo passo dos produtores e exportadores de maça é conquistar também a Ásia. "Esse é um mercado que ainda está sendo aberto. Faltam acordos fitossanitários e nós esperamos que isso ocorra no próximo ano", previu Borges. O acordo preenche os requisitos para as negociações com outros países, o que garante a qualidade dos produtos. Para exportar a maça, os produtores brasileiros precisam de uma licença e do certificado fitossanitário.
Segundo o Ministério da Agricultura, o setor implantou, para a safra 2002/03, a Produção Integrada de Maça (PIM), com o objetivo de reduzir o uso de defensivos e aumentar os cuidados ambientais nos pomares. De acordo com o ministério, o Brasil tem cerca 2,3 mil produtores de maça e a cadeia produtiva gera mais de 46 mil empregos diretos. A área de cultivo brasileira fica concentrada no Sul país, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, com cerca de 32 mil hectares.
O Brasil está investindo em programas de sanidade, modernização do processo de produção e marketing das frutas brasileiras no exterior. O objetivo é ampliar as exportações de frutas frescas que no ano passado renderam US$ 335,3 milhões, com aumento de 38,1% se comparado com 2002. A meta é elevar as vendas externas para US$ 1 bilhão até 2010.