Caracas, Venezuela - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou domingo que denunciará, durante a Cúpula de Monterrey, no México, um suposto complô dos Estados Unidos e da oposição venezuelana para expulsá-lo do poder.
Em seu programa dominical transmitido pela rádio e televisão venezuelana, "Alô, Presidente", Chaves disse ainda que vai alertar o mundo que Washington está "preparando o terreno" para novamente tentar destituí-lo, com uma série de declarações de funcionários da Casa Branca acusando-o de ser contra o referendo solicitado pela oposição para reduzir o mandato dele.
O presidente venezuelano assinalou que as recentes declarações da conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Condolezza Rice, ratificam a "aspiração ilegítima" da oposição de estimular a consulta popular sobre o destino do mandato dele.
Rice disse na última sexta-feira que Chavez não joga "um papel construtivo na região", expressou o apoio de Washington ao referendo e recomendou que Chavez demonstrasse sua adesão aos processos democráticos, permitindo que o referendo se realize sem restrições.
Chavez classificou de "totalmente fora do tom e impertinentes" as declarações da conselheira, a quem, qualificou, novamente, de "analfabeta" da realidade latino-americana.
O presidente afirmou que na Venezuela se tem dignidade e advertiu: "os Estados Unidos terão resposta sempre que tentarem meter as mãos aqui".
Chávez, reeleito em 2000 para um mandato de seis anos, tem dito que seus inimigos políticos,a quem qualifica de "oligarcas e golpistas", descontentes com os projetos do governo de promoção da justiça social, não recolheram o mínimo de 2,4 milhões de assinatura legais necessárias para realização do referendo, numa primeira consulta realizada em dezembro do ano passado.
A decisão se haverá ou não referendo sobre a redução do mandato presidencial está nas mãos do Conselho Nacional Eleitoral. A resposta deverá ser anunciada em meados de fevereiro.
O presidente da Venezuela acredita que caso o Conselho decida pela não realização do referendo, com a justificativa de que o número de assinaturas recolhidas não foi suficiente, Condoleezza Rice e Washington vão dizer que ele não é um democrata, em nova preparação do terreno para destituí-lo. São essas intenções, segundo Chavez, que ele vai denunciar hoje aos chefes de Estado e de Governo que participam da Cúpula Extraordinária das Américas.
As informações são das agências Europapress e CNN