Governo fluminense lança programa para recuperar as lagoas de Piratininga e de Itaipu

06/01/2004 - 11h13

Brasília, 6/1/2004 (Agência Brasil - ABr) - Com um entorno rico em patrimônio histórico-cultural contendo áreas já depredadas de sambaquis que remontam há 8 mil anos, as lagoas de Piratininga e de Itaipu, em Niterói, serão recuperadas e despoluídas com a execução de um projeto que deverá durar 10 anos, ao custo total de R$ 9,2 milhões.

O primeiro passo será dado em fevereiro, com o início da primeira etapa da obra. O Ministério do Meio Ambiente vai liberar R$ 2,5 milhões e o governo do estado R$ 500 mil. Em 10 meses, serão construídos um túnel ligando a lagoa de Piratininga ao mar; duas comportas, sendo uma entre as lagoas, e realizada uma dragagem para aumentar o volume de água.

Para que o processo não seja interrompido, a Prefeitura de Niterói buscará outras fontes de financiamento, além dos recursos governamentais, como adianta o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Jefferson Martins. Segundo ele, a iniciativa privada poderá participar do processo, que exige luta constante e monitoramento depois de concluído. As obras serão executadas pela Serla, que criou um programa de educação ambiental para formar agentes do setor.

O projeto total de despoluição prevê a retirada do esgoto das lagoas pela empresa Águas de Niterói, a construção de caixas de contenção para evitar assoreamento, a participação de biólogos para reintrodução das espécies naturais, tanto da flora quanto da fauna, e retirada de invasores, principalmente da flora , ação de melhoria geral nos rios que formam o sistema lagunar e reflorestamento.

As lagoas estão localizadas em bairros da região oceânica de Niterói, hoje uma das áreas mais valorizadas da cidade, que cresce 6% ao ano. Nos anos 60/70 as margens das lagoas foram invadidas e surgiram grandes comunidades, nos locais antes ocupados por pescadores. Aterros ilegais e despejos de esgotos diminuíram o espelho d`água e afastaram camarões e peixes que eram abundantes na área. Além do problema social, o crescimento dos bairros, como opção de uma classe social mais alta em ricos condomínios, agravou o problema do esgoto.