Brasília, 30/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Estudo publicado na revista especializada Neurobiology of Aging, desenvolvido na Universidade da Califórnia (Ucla), Estados Unidos, mostra que a queda dos níveis de mielina no cérebro pode explicar alguns casos do Mal de Alzheimer. A mielina é uma substância encontrada na camada protetora de células nervosas e a queda em sua produção ocorre com mais freqüência em pessoas na meia idade.
A queda nos níveis dessa substância é também a causa da esclerose múltipla, segundo afirmam os pesquisadores. A perda de mielina é um processo normal decorrente do envelhecimento, mas, para os cientistas, pode ser adiado. Substância rica em colesterol, a mielina acelera as conexões entre as células nervosas e sua produção aumenta à medida que a pessoa cresce e seu cérebro se desenvolve. Em contrapartida, a substância aumenta os níveis de colesterol no cérebro, podendo estimular a produção de uma proteína tóxica que a ataca, atrapalhando a transmissão de sinais no cérebro. Para os pesquisadores, esse processo pode gerar placas de proteínas que são um dos sintomas clássicos do Mal de Alzheimer.
"O corpo é programado para produzir a mielina durante o ciclo natural da vida", disse George Bartzokis, coordenador da pesquisa. "O que acontece é que, com os avanços da medicina, a expectativa de vida aumentou para além da capacidade natural do cérebro de funcionar de maneira saudável e eficiente", completou. Segundo ele, é possível limitar a queda da mielina na meia idade com o uso de medicamentos anticolesterol e antiinflamatórios, ou ainda com uma dieta balanceada e exercícios físicos. Atividades intelectuais também poderiam estimular a produção da substância. (Com agências internacionais)