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Os machos do gênero Argiope são bem menores que as fêmeas
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Brasília, 30/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Apenas cinco segundos é tempo suficiente, segundo as observações dos cientistas da Universidade de Bonn, Alemanha, para que a aranha macho, do gênero Argiope, fertilize os ovos de sua parceira durante o acasalamento, que ocorre sobre a teia montada por ela. A dúvida é porque os machos costumam ficar de oito a dez segundos correndo o risco de serem mortos pela própria parceira no acasalamento.
As pesquisas desenvolvidas por Jutta Schneider - apontada como uma das maiores especialistas alemãs em aranhas - e equipe mostram que, de cada dez machos, apenas dois conseguem escapar a tempo. Além disso, os que fugiram costumam voltar a tentar o acasalamento com a mesma fêmea, segundos depois, e acabam sendo mortos nessa segunda oportunidade dada pela fêmea.
A explicação, segundo Schneider, está relacionada com a eficiência na transferência de espermatozóides. Quanto maior o tempo de cópula mais chances o macho tem de conseguir injetar seus espermatozóides nas trompas da fêmea. "E isso é levado às últimas conseqüências, mesmo que o final da história seja fatal", explica a pesquisadora.
Para tentar medir a influência do tempo no ato sexual das aranhas, os biólogos bombardearam com raios gama alguns machos do gênero Argiope. Eles colocaram esses invertebrados para acasalar com as fêmeas, mas interromperam o acasalamento com jatos de água. Machos não irradiados foram colocados para copular com as mesmas aranhas.
Como se permitiu que os machos irradiados (sem espermatozóides férteis) ficassem mais tempo participando do ato sexual, era esperado que a prole nascida desses experimentos fossem menor do que as que nascem normalmente. Os resultados registrados em Bonn confirmaram a hipótese levantada pelos biólogos. Os machos do gênero Argiope, provavelmente, se sacrificam não pela fêmea, mas pelos futuros filhos. (Agência Fapesp)