Norma Nery
Repórter da Agência Brasil
Brasília, - A desigualdade e a concentração populacional do Brasil podem ser melhor observadas no Atlas do Censo Demográfico 2000, pela primeira vez editado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), num trabalho multimídia, com mapas, fotografias e imagens de satélites que mostram em cinco grupos temáticos a configuração do território brasileiro.
O Atlas conclui a série de publicações relativas ao censo e situa o Brasil no contexto mundial, como o 5º país do mundo em população, mas com problemas de densidade populacional, com 81,25% dos habitantes vivendo em cidades. O detalhe é que as populações urbana e rural dividem espaços próximos, numa interdependência cada vez maior. A região Sul e o litoral do Nordeste concentram a maior parte da população, mesmo em relação às bacias costeiras, que apresentam altas densidades ´populacionais, além da bacia hidrográfica do Rio Paraná, onde vivem 50 milhões de pessoas.A grande concentração também acontece nos eixos fluviais e rodoviários, como por exemplo em rios da região Amazônica e ao longo da BR 364, a Belém -Brasília.
Para a coordenadora de Geografia do Instituto, Maria Luíza Castelo Branco, no Atlas é possível se identificar , também, uma melhoria das condições de vida dos brasileiros. "Verifica-se que pela posse de bens duráveis, nós não temos indicadores ainda considerados excelentes, mas eles melhoraram ao longo das última décadas. O número de moradores por domicílios caiu ao longo das últimas, mostrando também uma transformação na família brasileira, que era de cinco habitantes por domicílio e agora a média passa a ser de três habitantes".
Segundo ela, a distribuição desigual se mostra na Amazônia Ocidental, onde o número de pessoas por domicílio ainda é maior do que nas áreas urbanas do sudeste e do sul.