Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio, - O Vice-Presidente do BNDES, Darc Costa, e o diretor financeiro da instituição, Roberto Timótheo da Costa, serão os 2 representantes do banco no Conselho de Administração da Brasiliana Energia S/A, nova empresa resultante do acordo fechado com a multinacional americana AES para repactuação de sua dívida de U$1,201 bilhão. O acordo de acionistas assegura direito de veto ao BNDES que terá ainda a maioria no conselho fiscal da Brasiliana e representantes nos conselhos de administração das 15 empresas que compõem a estrutura societária da nova companhia, cujo Presidente será Eduardo Bernini, atual titular da Eletropaulo, controlada pela AES.
Roberto Timótheo da Costa disse hoje, nesta capital, que as ações da AES Tietê, subsidiária da AES, foram incorporadas ao capital da Brasiliana com o empréstimo de U$300 milhões contratado nos Estados Unidos porque o Banco considerou o fluxo de caixa futuro positivo para saldar essa dívida. As ações deveriam ter sido entregues ao BNDES livres e desembaraçadas, conforme previa o memorando de entendimento assinado pelo Banco e a AES em setembro passado. Timótheo da Costa afirmou que a dívida, que pertence na verdade à empresa IHB, sediada em Cayman, será diluída ao longo do tempo.
Com o contrato, a AES se torna adimplente junto ao BNDES e poderá pleitear financiamento do banco para outras operações no país, informou. As compensações obtidas pelo BNDES pela dívida da AES Tietê incluem U$50 milhões em ações preferenciais, R$251,7 milhões resultantes da diferença da subscrição das ações a um preço menor do que aquele feito pela AES e a inclusão na estrutura societária da Brasiliana da Uruguaiana INC., credora da Uruguaiana, para que esta empresa passe a ter valor positivo.
A Brasiliana nasce com ativos totais da ordem de R$3,701 bilhões, o que corresponde à dívida da AES com o BNDES, analisou Roberto Timótheo da Costa.