Pronera quer elevar escolarização de mais 44,5 mil assentados em 2004

23/12/2003 - 10h00

Brasília, 23/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) beneficiou 44.146 assentados em 2003. Criado em 1998 para reduzir o índice de analfabetismo e elevar a escolarização de jovens e adultos trabalhadores rurais, o Pronera trabalha com metodologias de ensino específicas para a realidade sociocultural do campo.

O programa, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), envolve ações de alfabetização e educação nos níveis fundamental, médio e superior. Também forma educadores que atuam nas suas próprias comunidades num processo de formação continuada, além da formação técnico-profissional para a produção e a administração rural.

Em cinco anos, mais de 100 mil pessoas receberam ensino fundamental e médio. Outros cinco mil assentados foram preparados para atuar como educadores em suas próprias comunidades. O programa também forma assentados no curso superior de Pedagogia da Terra. A maioria dos alunos de terceiro grau é egressa dos cursos de nível fundamental e médio do Pronera. "Todos são educadores e educandos simultaneamente. Essa é a especificidade do programa", explica a coordenadora nacional do Pronera, Mônica Molina.

Meta para 2004
De acordo com o presidente do Incra, Rolf Hackbart, o programa vai beneficiar 44,5 mil novos trabalhadores rurais em 2004. A perspectiva é possibilitar o ensino fundamental e médio a 40 mil jovens e adultos, o técnico profissionalizante a três mil e o curso superior a outros 1,5 mil assentados. Também deverá ser firmado convênio com a organização não-governamental Ação Educativa, de São Paulo, para avaliar a execução do programa. Serão pesquisados pólos nas cinco regiões do País onde existe o maior número de cursos.

Para o próximo ano, também está prevista a concessão de bolsa no valor de R$ 150,00 para os 60 alunos do curso técnico em agropecuária e desenvolvimento sustentável realizado desde 2002 em Unaí, Minas Gerais. A intenção é estimular a profissionalização dos jovens assentados e possibilitar que trabalhem em suas próprias comunidades.

O benefício deve ser expandido a todos os cursos técnico profissionalizantes do Pronera em atividade no país. Outra meta é ampliar a oferta de cursos superiores para outras áreas como Agronomia e Engenharia Florestal.

Atualmente, o curso de Pedagogia da Terra funciona nas universidades federais do Pará, do Rio Grande do Norte e do Espírito Santo. Em breve, será oferecido também na Universidade Federal de Rondônia. O curso também é realizado na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Universidade Estadual do Mato Grosso e Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul.

As metodologias do Pronera são específicas para a realidade sociocultural do campo. O ensino é adaptado às diferentes realidades do meio rural, embora o programa tenha uma diretriz nacional. De acordo com Mônica Molina, o Pronera não pretende só aumentar a escolarização formal, mas colaborar para o desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida dos assentados. "Queremos que as pessoas possam escolher viver no campo com renda, cidadania e dignidade", ressaltou.

Além de melhorar o índice de escolaridade nos assentamentos e acampamentos da reforma agrária, o Pronera também está contribuindo para reinserir o campo na agenda de pesquisas das universidades. "Os professores e alunos que vão para os assentamentos voltam com muitas questões porque a dinâmica e os problemas dos assentamentos são muito diversificados", conta a coordenadora.

Informação da Assessoria de Imprensa do Ministério do Desenvolvimento Agrário