Madri - A detenção do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein não determinará o fim da resistência no Iraque, "que é a expressão da crescente oposição da maioria da população iraquiana à ocupação e ao projeto dos Estados Unidos e seus aliados de dominação neocolonial do país", declarou o Comitê de Solidariedade com a Causa Árabe(CSCA), em comunicado divulgado hoje em Madri." Ela(a detenção) representará somente "um muito limitado e momentâneo alívio para as forças estrangeiras e colaboracionistas", acrescenta.
"Mesmo que boa parte de seus componentes seja do partido árabe Baath, a resistência não é resultado da reunião dos seguidores do que restou do antigo regime iraquiano, mas sim uma resposta de correntes plurais, democráticas e patrióticas iraquianas que lutam para formular um "novo projeto integrador, plural e social para o Iraque, depois da recuperação da soberania nacional", afirma o documento.
O comunicado diz ainda que " a incapacidade dos ocupantes de erradicar ou frear as ações da resistência , apesar das ações militares e ataques maciços nos últimos meses, demonstra a capacidade, a força e o apoio social dos insurgentes".
O Comitê afirma que "os governos envolvidos na ocupação reincidem no mesmo erro cometido com a invasão do país e a proclamação do fim da guerra por parte de George Bush em 1º de maio, ao acreditar a captura de Sadam Hussein como determinante para a recuperação de controle da situação interna do Iraque, sem considerar o evidente estrago que a resistência tem causado, em poucos meses, ao projeto de dominação do país.
O CSCA considera que alguns governos e forças políticas que se opuseram à invasão do Iraque se equivocam agora ao pensar que a captura de Sadam Hussein vá favorecer um rápido processo de recuperação da soberania e da democracia no país.
Ao contrário diz o Comitê: qualquer diminuição da pressão externa e interna sobre os Estados Unidos e seus aliados animará a administração Bush a tentar recuperar seus planos iniciais de controle militar direto e hegemônico do Iraque e da região
Por último, o CSCE, lembra que as autoridades de ocupação "mantêm presos no Iraque milhares de cidadãos - mais de 17 mil , segundo a Comissão iraquiana de Direitos Humanos - sem proteção legal nem direitos reconhecidos, num comportamento ilegal que viola todos os tratados internacionais".
As informações são da Agência Europapress