Brasília, 15/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério do Meio Ambiente e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) deram início à parceria para a realização da Campanha da Fraternidade de 2004. Em novembro, o coordenador da Campanha, padre José Carlos Toffoli, se reuniu com dirigentes do ministério e da Agência Nacional de Águas para discutir estratégias de mobilização da sociedade sobre o tema da campanha "Fraternidade e Água" e o lema "Água, fonte de vida". O objetivo da CNBB é sensibilizar a sociedade sobre a importância de preservar a fonte da vida e despertar as comunidades para o fato de que a água é um direito do ser humano.
Após a reunião de hoje do coordenador da Campanha com o secretário de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, João Bosco Senra, ficou definida a realização da Semana das Águas, entre os dias 20 e 28 de fevereiro do próximo ano. A Campanha da Fraternidade será lançada na Quarta-feira de Cinzas, 25 de fevereiro.
Ainda nessa semana, a CNBB distribuirá material produzido pela Secretaria de Recursos Hídricos para todas as dioceses, sendo que a meta é a distribuição para todas as paróquias que somam cerca de dez mil. Os kits contem uma cartilha sobre as águas brasileiras e um CD com o Plano Nacional de Recursos Hídricos que está sendo elaborado pelo Ministério e deverá ser aprovado até o final do ano que vem. De acordo com o secretário de Recursos Hídricos do Ministério, João Bosco Senra, a CNBB tem "capilaridade" e por isso auxiliará no trabalho de mobilização e conscientização sobre o uso da água.
O Ministério também ajudará a CNBB na formatação e realização de uma pesquisa sobre a situação das nascentes e mananciais. Até o final do ano, a CNBB distribuirá os questionários para as comunidades católicas.
O Brasil é detentor das maiores reservas de água, sendo um dos países que têm mais água doce no mundo. Só a bacia amazônica tem um sexto da água doce que corre na Terra. Apesar disso, muitos rios já morreram no Brasil por falta de cuidado. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, alguns afluentes do rio São Francisco já secaram para sempre. Nas bacias do rios Doce, Paraíba do Sul e Jequitinhonha e de muitos outros grandes rios brasileiros, a água disponível para cada pessoa é hoje menos da metade da que existia há 50 anos. Muitos países, como os árabes, enfrentam problemas de água potável, o que acaba causando a importação de água limpa. A Organização Mundial da Saúde estima que um ser humano precisa de no mínimo 50 litros de água por dia para sobreviver com dignidade.
Além da possibilidade de diminuir a oferta de água por causa do mau uso e do desperdício, o país enfrenta desafios, como o de evitar problemas de saúde à população por causa da contaminação da água. A água sem tratamento causa diarréia, verminoses e leptospirose, entre outras doenças, sendo as crianças as maiores vítimas.