Brasília, 14/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O comandante das tropas norte-americanas no Iraque, Ricardo Sanchéz, revelou, em entrevista coletiva, que 600 soldados participaram da operação de captura do ex-ditador iraquiano, na noite de ontem, em uma fazenda próxima à cidade de Tikrit, onde Saddam Hussein nasceu.
Segundo Sanchéz, o prisioneiro estava escondido em uma vala apertada, feita para abrigar apenas uma pessoa deitada. O buraco, cujas imagens foram exibidas na coletiva de imprensa, estava encoberto por uma plataforma de metal camuflada por tijolos e madeira. Uma saída de ar garantia a respiração dentro do esconderijo.
Sanchez destacou que Saddam não ofereceu resistência ao ser encontrado. "Ele estava cansado e conformado com seu destino. Não apresentou resistência. Ele tem cooperado", disse na entrevista coletiva que aconteceu há poucos instantes em um quartel-general das forças aliadas no Iraque.
Nem Ricardo Sanchez nem Paul Bremer, o administrador dos Estados Unidos no Iraque, quiseram definir o futuro do prisioneiro, mas cogitaram duas possibilidades: entregá-lo ao povo iraquiano ou a um tribunal de guerra. Até que isso seja decidido, Saddam ficará sob custódia dos Estados Unidos, em um local secreto. Os dois representantes dos interesses norte-americanos no Iraque também não precisaram detalhes sobre o fim da ocupação. "As forças de coalizão devem ainda ficar no país, mas sem dúvida a captura é um indício de que o país esteja agora mais seguro", ressaltou Sanchéz.
Hussein passa por uma bateria de exames médicos, mas Sanchez adiantou que o ex-ditador está em boas condições de saúde. Ele parece mais magro e mais envelhecido em comparação às fotos anteriores à invasão norte-americana. A barba que usava na hora da captura, ao contrário das primeiras informações divulgadas, era verdadeira.
No esconderijo, Saddam tinha US$ 750 mil. Próximo ao local, os soldados norte-americanos apreenderam duas armas, um táxi e dois suspeitos ainda não identificados pelas tropas de coalizão.
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