Brasília, 14/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um grupo de artistas lavou hoje parte da Praça dos Três Poderes, espaço que reúne as três sedes dos poderes da Repúplica. Com o auxílio de um caminhão-pipa, rodos e varrouras, eles limpam o chão do ponto turístico, como uma forma de pedir transparência e clareza dos membros de cada casa. Contudo, o maior manifesto do grupo foi pela divulgação das formas de arte que não cabem somente nas galerias convencionais de exposição cultural e artística.
"Nossa arte não tem o formato de galeria, é mais ampla, mais espontânea", explicou Clarissa Borges, uma das coordenadoras do evento. Professora de artes cênicas de uma faculdade de Brasília, ela explicou que o nome do grupo de sete artistas - Entorno - sugere justamente a posição de se situar às margens da forma convencional de se montar e expor os trabalhos. "A maneira como a água corre por entre essas pedras na praça é uma forma de arte", exemplificou a artista. No grupo, há fotógrafos, pintores, escultores e pessoas que fazem performances e instalações.
Para os estudantes Diana Cunha e Delano Mourão, que receberam o convite para o ato via e-mail e foram conferir a lavagem, a proposta lembra o movimento Fluxos, encabeçado nos anos 60 e 70 por Yoko Ono, que sugeria ser toda ação uma obra de arte. "A proposta deles também é trazer a exposição de arte para a rua, e fazer com que atos do cotidiano sejam visto de maneira artística", comparou Diana.