Seminário discute acesso e permanência do negro no Ensino Médio

04/12/2003 - 7h50

Brasília, 4/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Estudar políticas de acesso e permanência da população negra na escola. Este é o objetivo do seminário O Negro no Ensino Médio, promovido pelo programa Diversidade na Universidade, do Ministério da Educação, e que reúne desde ontem (3) representantes das secretarias estaduais de Educação, do movimento negro e dos Núcleos de Estudos Afro-brasileiros (NEABs) das universidades.

No encontro estão sendo discutidas ainda as estratégias e os princípios para implementação da Lei 10.639, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 9 de janeiro deste ano. A lei exige a inclusão da temática história e cultura afro-brasileira nos currículos da educação básica.

Apóiam o evento a Fundação Cultural Palmares, a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial e a Secretaria Especial de Direitos Humanos. A diretora de Ensino Médio da Secretaria de Educação Média e Tecnológica do Ministério da Educação, Marise Nogueira, e a coordenadora do Combate ao Racismo e à Discriminação Racial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência a Cultura (Unesco), Edna Roland, compuseram a mesa que abriu o seminário.

Para a representante da Unesco, "a pequena presença de negros na universidade é justamente o resultado de um longo processo de discriminações e de exclusões". A falta de acesso à educação não está relacionada apenas com a pobreza, acrescentou. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1999, 21% das crianças brancas pobres de 7 anos de idade nunca haviam ido à escola, contra 30% das crianças negras na mesma situação. "Mesmo quando nós comparamos apenas as crianças pobres, ainda existe desigualdade entre negros e brancos no Brasil", lamenta Edna Roland.