Brasília - Um grupo de 13 deputados do PT pediu hoje à Executiva Nacional do partido o afastamento imediato do governador de Roraima, Flamarion Portela, dos quadros do partido. Flamarion é acusado de participar de um esquema de desvio de mais de R$ 500 milhões dos cofres públicos com a participação de mais 5,5 mil pessoas, incluindo servidores públicos. Segundo os parlamentares, o afastamento seria uma "ação preventiva" que duraria até que as investigações movidas pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal sejam esclarecidas.

Já estão presos o ex-governador Neudo Campos e mais 44 participantes do esquema das fraudes. Os servidores públicos laranjas envolvidos estão sendo chamados pela Polícia Federal e Ministério Público.

Os petistas querem evitar que o partido seja no futuro vítima de críticas de seus opositores por permitir em seus quadros alguém acusado de ter maculado um princípio básico do partido: ética na política e combate à corrupção. O documento dos petistas à Executiva destaca que "o governador sabia superficialmente que havia algo errado com a folha de pagamento".

Segundo os petistas, o governador, que foi eleito pelo nanico PSL e migrou para o PT em março deste ano, saberá entender a atitude diligente da direção partidária.

"Não se trata de tirar o direito de defesa de nenhum filiado do partido, nem de fazer julgamentos e condenações a priori. Mas as evidências e a gravidade dos acontecimentos recomendam medidas cautelares imediatas para preservar o nosso patrimônio enquanto partido e garantir o máximo de isenção das investigações", diz o documento.

A Executiva Nacional não tem prazo determinado para dar uma resposta, mas os parlamentares signatários do documento aguardam uma decisão urgente do comando do partido.

Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço