Luís Henrique de Freitas Pádua
Repórter da Rádio Nederland
Washington - Enquanto os democratas ainda vão escolher o seu candidato à presidência dos Estados Unidos, o atual ocupante da Casa Branca, o republicano George W. Bush, está a todo vapor em sua campanha para a reeleição. O pleito está previsto para ocorrem no final de 2004. Até o momento, ele já arrecadou a soma recorde de quase US$ 110 milhões, ultrapassando os US$ 100 milhões gastos nas eleições passadas de 2000.
Como nas eleições passadas, Bush rejeitou o Fundo Federal para a sua campanha, o que, então, o deixará livre para tentar arrecadar o quanto quiser. Também o candidato favorito democrata até o momento, Howard Dean, antigo governador do Estado de Vermont, preferiu não aceitar o Fundo Federal para a sua campanha eleitoral. Mas até agora, ele só arrecadou US$ 30 milhões. Segundo algumas fontes da Casa Branca, o presidente Bush espera bater o recorde de arrecadação de campanha, até setembro de 2004, quando então estará ocorrendo a Convenção Nacional Republicana. O objetivo da campanha para a reeleição é chegar à convenção com um caixa recorde de US$ 200 milhões.
Apesar dos problemas que vem enfrentando no campo externo, como o Iraque e uma ameaça de uma guerra comercial com a União Européia por causa do aço, e também no campo interno, como a economia que apresenta sinais de recuperação mas não deslancha, Bush está conseguindo aplicar uma fórmula para arrecadar fundos para a sua reeleição. A receita é simples: qualquer um é bem-vindo para ouvir um discurso do presidente em um jantar, com um cheque de 2 mil dólares - montante legal máximo para doações.
Aqueles que comparecem as esses jantares com o seu cheque podem se sentar a frente, apertar eventualmente a mão do presidente entre outras coisas. Seus doadores são de duas categorias, segundo analistas norte-americanos: os chamados pioneiros, donos do velho dinheiro do país, e os ricos rancheiros. Um, desta última categoria, Tell Bivins, conhecido em todo o Estado do Texas, que já apoiou Bush em várias campanhas, quando ele ainda era governador do Estado, acaba de ser nomeado embaixador de seu país na Suécia.
Aço no caminho
Bush já foi até fazer sua campanha de arrecadação de fundos para a sua reeleição na cidade siderúrgica norte-americana Pittsburgh. O local é um dos principais centros de produção de aço do mundo e passa por um momento disputa com o mercado internacional. A União Européia, Japão e outros países, respaldados pela Organização Mundial de Comércio insistem para que Bush suspenda as tarifas alfandegárias que pesam sobre o aço importado - medidas protecionistas para as siderúrgicas de seu país, que não estão aptas a competir a preço de mercado.
Ali, Bush conseguiu doações no valor de US$ 850 mil e esteve, o tempo todo, acompanhado de Thomas Usher, chefe executivo da Siderúrgica, US Steel. Até então Bush não havia tomado uma decisão a respeito das tarifas sobre o aço importado. Hoje, o governo norte-americano anunciou a suspensão das tarifas.
União Européia havia ameaçado adotar retaliações econômicas contra os Estados Unidos se Washington não eliminasse as tarifas a produtos europeus. As retaliações poderiam chegar a US$ 2 bilhões, incluindo produtos da Flórida, Estado governado pelo irmão de Bush e onde o presidente teve um dos maiores números de votos na eleição de 2000. O Japão havia anunciado retaliações em torno de US$ 98 milhões.