Brasília - Foi adiada para a semana que vem a votação do anteprojeto de reforma política elaborado pelo relator Ronaldo Caiado (PFL-GO). A Comissão Especial da reforma na Câmara ainda não chegou a um consenso. A maioria defende o financiamento público das campanhas eleitorais, para moralizar o sistema. Mas há muitas resistências ao sistema de eleição por lista fechada, no qual o eleitor vota no partido, que escolhe seus candidatos, em ordem decrescente, nas convenções.
DIRETAS SEMPRE
O deputado João Fontes (PT-SE) é um dos que apóiam o financiamento público e são contra a lista fechada. Para ele, a lista vai acabar com a eleição direta, um direito conquistado com muita dificuldade.
"O coadjuvante maior da festa da democracia brasileira é o eleitor, que não vai poder escolher o seu candidato, e sim uma lista feita nas manhas dos partidos políticos. A lista preordenada não democratiza, tira do eleitor a capacidade de escolher seu candidato. É um retrocesso, uma volta ao colégio eleitoral, derrubado pelo povo nas ruas durante a campanha das eleições diretas" - diz Fontes.
MÁ FÉ
A deputada Luíza Erundina (PSB-SP), como outros integrantes da Comissão, defende a lista preordenada, e diz que quem a critica desconhece a realidade mundial. "Só existem três países, inclusive o Brasil, que ainda não têm listas fechadas ou preordenada, e isso explica a fragilidade dos nossos partidos, a pouca qualidade e legitimidade da representação popular no Congresso Nacional. Quem acusa o presidente e o relator da Comissão de estarem sendo antidemocráticos não acompanhou todas as discussões desses meses, ou então age de má fé".
A apreciação do anteprojeto continuará na terça-feira. A votação deve ocorrer na quarta-feira.
As informações são da Agência Câmara