Seis senadores tucanos votarão a favor da reforma da Previdência

26/11/2003 - 16h13

Iolando Lourenço e Raquel Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - A reforma da Previdência será aprovada ainda hoje em primeiro turno com a ajuda da oposição. A garantia foi dada há pouco pelo líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que afirmou que só os tucanos darão seis votos pela aprovação do texto-principal da reforma. "As pessoas do PSDB votam livremente", ironizou o líder que não disse quais serão os tucanos que votarão pela reforma.

Além dos votos do PSDB, o governo conta com pelo menos seis votos do PFL. O apoio pefelista deve vir de Roseana Sarney (MA), Edison Lobão (MA), César Borges (BA), Rodolpho Tourinho (BA), Antônio Carlos Magalhães (BA) e Maria do Carmo (SE). Se conseguir todos estes votos e não sofrer nenhum desfalque, além dos já esperados votos contra de Heloisa Helena (PT-AL), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Papaléo Paes (PMDB-AP) e Mão Santa (PMDB-PI), o governo contará com 55 votos pela aprovação da reforma. São seis votos além dos 49 necessários para aprovar uma Emenda Constitucional.

Descontados os dissidentes, o bloco do governo, o PPS e o PMDB somam juntos 43 votos. O PDT, que se proclama como legenda independente no Senado, apesar de ter o ministro das Comunicações, Miro Teixeira, na equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, deve votar fechado contra a reforma. O líder do partido no Senado, Jefferson Perez (AM), fechou questão contra a PEC paralela na votação da manhã de hoje, e, na votação principal, a postura do partido não deve ser diferente.

O líder tucano avaliou que é muito difícil garantir a aprovação de qualquer alteração na reforma por meio da aprovação de destaques da oposição. Arthur tVirgílio garante que o PSDB está fechado pela manutenção do texto da reforma com três subtetos, como foi acertado com os governadores. Se o governo ceder à pressão do PMDB, de suprimir os três subtetos, Virgílio ameaça endurecer o jogo durante as futuras votações em plenário. "Fecharemos questão. Aconselho que quem faz política tem que ter o mínimo de lealdade e honrar a palavra dada, pois teremos novas votações", disse.

O líder pefelista, José Agripino (RN), está mais otimista quanto ao desdobramento do impasse sobre o subteto. Para o senador, os parlamentares já resolveram crises sobre pontos mais complicados. "Sempre há um caminho para resolver a questão", resumiu.

Os debates no plenário do Senado prosseguem. A votação só começará depois de encerrada a discussão.