Cultura do empreendedorismo avança no ensino superior

26/11/2003 - 16h49

Brasília, 26/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Mais de 112 mil alunos de ensino superior participaram de atividades relacionadas à cultura empreendedora, entre 1998 e 2001. O resultado é de uma pesquisa elaborada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL Nacional), vinculado ao Sistema Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa do IEL foi aplicada entre março e outubro de 2003, em 58 instituições públicas de ensino superior e 73 particulares, que participaram entre 1998 e 2001 do Projeto de Ensino Universitário de Empreendedorismo (PEUE), desenvolvidos pelo IEL e pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O levantamento foi realizado em parceria com o Sebrae e a UnB. Até o final de 2004, o Sebrae e o IEL pretendem atingir com o projeto cerca de 250 instituições de ensino superior, capacitando 2,4 mil professores e 100 mil alunos.

O objetivo da pesquisa foi diagnosticar como está o ensino do empreendedorismo nas faculdades e universidades brasileiras. De acordo com os dados, cada professor promoveu a disseminação do empreendedorismo para 214 alunos, em média. No total, foram 753 professores participantes, sendo que 70% atuam em atividades de ensino, pesquisa ou extensão ligadas ao empreendedorismo. Das 131 instituições de ensino pesquisadas, 69% realizam regularmente atividades relacionadas à formação de novos negócios. As regiões que mais desenvolvem o assunto no ensino superior são Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.

A pesquisa revela ainda que os cursos que mais oferecem disciplinas de empreendedorismo são Administração, Ciências Contábeis, Ciência e Tecnologia da Informação e Engenharias. Para melhorar a difusão de programas de empreendedorismo, professores e alunos sugeriram a criação de redes de integração e a realização de eventos sobre o assunto. O resultado esperado por eles, é a geração de empregos, a criação de novos empreendimentos e o desenvolvimento de competências regionais.

As atividades mais realizadas nas instituições de ensino superior são voltadas para o suporte pedagógico e programas de complementação, como aulas expositivas e exercícios. A pesquisa também constatou que há pouco apoio aos alunos que pretendem abrir um negócio e acompanhamento de ex-alunos.

Para o empreendedor e estudante de administração da Universidade de Brasília (UnB), Bruno Estevanato, 22 anos, ainda falta estímulo nas faculdades para a criação de novos negócios. "A faculdade prepara o aluno para ser empregado e não empregador. O que me ajudou a montar a minha empresa foram pesquisas e experiência de trabalho nos negócios do meu pai", afirma Estevanato. Criada há um ano, a pequena empresa produz e processa cogumelos medicinais e emprega 20 funcionários, além de pequenos produtores que fornecem cogumelos para completar a produção.

A empresa conta com uma fazenda, uma unidade de processamento e uma empresa de exportação, que envia os produtos para os Estados Unidos. A produção de derivados do cogumelo medicinal é de 50 kg por mês.