Flávia Alburquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Desde o início das obras do projeto de despoluição do Rio Tietê, desenvolvido pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a qualidade das águas dos afluentes do rio melhorou 40%. Com a conclusão da segunda fase do projeto esse número deve ser elevado para 60%. Os números são do Núcleo Pró-Tietê, um órgão da Fundação SOS Mata Atlântica.
"Na primeira etapa, de 1991 a 2001, tínhamos 1200 indústrias poluentes. Atualmente existem 120 indústrias mantendo sistemas de tratamento não satisfatório", afirmou a coordenadora do Núcleo Pró-Tietê, Malu Ribeiro. Segundo ela, esse resultado pode ser observado em cidades ribeirinhas do interior do Estado. "Na região metropolitana é mais difícil perceber a melhora, mas em municípios banhados pelo Alto Tietê, por exemplo a mudança é perceptível", disse.
Na segunda fase do projeto a Sabesp deve estender os serviços de coleta de esgoto para 90% da população, atendendo mais de dois milhões de pessoas. Serão construídos 960 quilômetros de redes coletoras e 290 mil ligações domiciliares até 2005, ano previsto para a conclusão dessa fase. As obras, concentradas na região sul e parte do Tietê, devem resultar na melhora significativa na qualidade dos mananciais das represas Billings e Guarapiranga, de acordo com a estimativa da coordenadora do Núcleo Pró-Tietê.
Até o final do projeto serão investidos pelo BID cerca de US$ 2,5 bilhões, segundo Malu, que participou neste sábado de um evento no Parque do Ibirapuera, na capital paulista, que reuniu os 280 grupos de monitoramento das águas dos rios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Tietê. Os grupos são integrantes do programa de educação ambiental e mobilização Observando Tietê.
Os monitores coletam amostras de água a cada 15 dias. As amostras são enviadas para o Núcleo, onde são analisadas. Os resultados são disponibilizados para a sociedade por meio dos Comitês de Bacias e gestores ambientais. O objetivo é incentivar a sociedade a fiscalizar a evolução do projeto de despoluição do Tietê e participar de ações efetivas a favor do meio ambiente e da melhoria do saneamento básico, como explicou a coordenadora do Núcleo Pró-Tietê.
Participam do grupo professores, estudantes, lideranças comunitárias, representantes de organizações não governamentais, pesquisadores e pessoas engajadas em ações de defesa do meio ambiente e cidadania.