Brasília, 6/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Criar linhas prioritárias de pesquisa em saúde e estabelecer uma sintonia entre ciência e tecnologia e política de saúde é o objetivo do Seminário Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, que teve início hoje em Brasília. Pesquisadores e gestores vão discutir e definir os temas prioritários para onde serão destinados os recursos do ministério da Saúde.
O ministro interino da Saúde, Gastão Wagner, disse que para definir linhas prioritárias é importante unir os esforços da pesquisa científica com a política de saúde. Para ele, a parceria com os outros ministérios é fundamental nesse processo. "Todo esse esforço é para mostrar que um sistema público de saúde pode existir no século XXI. Mas, para isso, temos que aproximar o serviço de saúde dos centros de pesquisas. Vale a pena apesar da escassez de recursos para as pessoas concentrarmos recursos para compartilharmos com o ministério da Ciência e Tecnologia", afirmou.
Wagner disse ainda que o governo dobrou os investimentos na área de pesquisa para saúde. Este ano foi de R$ 75 milhões e para 2004 está previsto um investimento total de R$ 239,9 milhões. Pelo orçamento enviado ao Congresso Nacional a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do ministério da Saúde deve ficar com R$ 109,4 milhões. "Para o Sistema Único de Saúde dar certo nós temos que melhorar os medicamentos e a nossa forma de agir. Se temos o problema da malária, por exemplo, precisamos que os investigadores se dediquem a isso. E como boa parte da pesquisa em saúde é financiada pelo mercado, eles acabam investigando aquilo que interessa a indústria e não os problemas maiores de saúde da população brasileira", afirmou.
Para o secretário da Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, José Alberto Hemógenes, essa parceria é um dos melhores caminhos para o SUS dar certo. Segundo ele o país precisa compensar o tempo perdido. " O Brasil já poderia ter investido em pesquisas. A agenda de prioridades vai nos fortalecer nesse caminho".
Os investimentos do governo em pesquisas na área de saúde deve se tornar ainda mais concreto com a realização da II Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação da Saúde marcada para o próximo ano. No evento vão ser apresentados dois documentos: o primeiro com a proposta de Política Nacional de Ciência Tecnologia e Saúde e o segundo com a proposta final da Agenda de Prioridades de Pesquisa em Saúde.