Pesquisa revela que 93% dos brasileiros têm problema ligado ao sono, mas poucos sabem

06/11/2003 - 15h38

Vitória, 6/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Uma pesquisa realizada pelo Ibope, organizado com o apoio do Laboratório Sanofi-Synthélabo, constatou que 93,6% dos brasileiros apresentam algum tipo de problema relacionado ao descanso noturno, mas a grande maioria sequer sabe disso. Conforme a pesquisa, realizada num universo de 35 mil pessoas (duas mil delas no Brasil), só 19,2% dos pacientes acometidos desse tipo de problema declararam ter conhecimento do mal.

Os dados da pesquisa foram apresentados hoje, durante o IX Congresso da Sociedade Brasileira do Sono, realizado em Vitória (ES). Na maioria das vezes, uma simples noite mal dormida pode causar impactos consideráveis no desempenho pessoal, com reflexo no bem estar. É o que informa a médica Dalva Poyares, que apresentou o estudo no Congresso. "As conseqüências desse desconhecimento podem ser potencialmente severas sob o ponto de vista pessoal, profissional e social", afirma.

O Brasil também lidera a lista no que se refere à indução tardia do sono, já que 61,4% disseram aos entrevistadores que demoram a dormir. Apesar das grandes variações de incidência de insônia e ocorrência de distúrbios do sono nos dez países estudados, a pesquisa conclui que um em cada dois indivíduos apresenta algum tipo de problema relacionado ao ato de dormir. Mas somente um em cada quatro está ciente de seu problema. Desses, um terço tomam medicamentos para dormir, freqüentemente sem orientação médica.

A pesquisa descobriu também que o brasileiro aderiu mesmo à "siesta" dos povos ibéricos. Os dados demonstraram que 42% dos brasileiros cochilam durante o dia, normalmente após o almoço. Nos países de origem diferente, dorme-se menos de dia. O índice de cohilo observado em quatro de cada cinco países europeus manteve-se em aproximadamente 20%.

Esse foi um dos maiores estudos epidemiológicos, de âmbito internacional, realizado com o objetivo de avaliar hábitos e distúrbios do sono em várias partes do mundo. Para tanto, foram aplicados questionários iguais a uma população de cerca de 35 mil pessoas em dez países de quatro continentes: Áustria, Bélgica, Brasil, China, Alemanha, Japão, Portugal, Eslováquia, África do Sul e Espanha.

Em relação à insônia, problema que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) afeta 40% da população brasileira, a pesquisa revelou que, seguindo a escala designada "Atenas-AIS", dos 2 mil participantes brasileiros,13,9% se auto classificam como "supostos insones" e 79,7% como "insones".

A jornalista viajou a convite do laboratório Sanofi-Synthélabo.