Brasília, 06/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse hoje em entrevista ao programa "Bom Dia Brasil", da TV Globo, que a equipe econômica prevê, para o ano que vem, uma inflação convergindo para a meta de 5,5%, com aumento do poder de compra dos trabalhadores, possibilidade da retomada do consumo e do crescimento econômico de maneira sustentada.
"Conseguimos baixar a inflação e as negociações salariais se deram de maneira livre. Muitas categorias obtiveram índices próximos à inflação, alguns superiores à inflação. Isso acaba sendo importante hoje, para que os trabalhadores possam recompor seu poder de compra. Com a crise que tivemos no ano passado, não só o Brasil perdeu recursos, mas o trabalhador perdeu, o cidadão, as empresas. O Brasil perde, todos perdem. Mas agora que estamos recuperando o país, todos devem ganhar, não só as grande empresas, mas também o trabalhador, para recompor seu poder de compra. Se hoje temos aumentos que variam entre 10% e 14% e amanhã temos inflação de 6%, é assim que se compõe o poder de compra dos salários: com aumento salarial que venha valorizar o salário a uma inflação mais baixa.
Sobre a relação do PT com o FMI, Antonio Palocci comentou que o Fundo é composto por vários países e o Brasil faz parte desse grupo. Destacou que o FMI é uma instituição que serve para dar apoio aos países. "Muitas vezes, nosso partido foi crítico ao formato dos programas que o Fundo apresentava aos países. É um debate procedente, que existe no mundo inteiro, bastante polêmico."
Ele explicou, ainda, que o FMI tem respeitado a autonomia da equipe econômica do Brasil em definir suas políticas, acrescentando que - nem o Fundo nem outras instituições possam trazer modelos e aplicá-los no Brasil, modelos que tenham sido aplicados em países da Ásia ou da Europa. O Brasil é o Brasil. Tem que ter seu modelo de ajuste econômicoe de crescimento e cabe a instituições como o Fundo, que apóiam o equilíbrio econômico dos países, saber compreender as prioridades , as necessidades de cada país.
Quanto à votação da reforma tributária para este ano, sem convocação extraordinária, Palocci esclareceu que o Congresso tem demonstrado um forte compromisso com as reformas, porque entendeu que são elas que estão ajudando o país a arrumar sua economia, seu processo de desenvolvimento. "Isso está claro para todo o Brasil e muito claro para senadores e deputados. As diferenças de opinião não vão impedir que se chegue a uma conclusão, a um acordo. Estou muito seguro disso", conclui.