Brasília, 6/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Depois de muita pressão por parte dos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a exploração sexual de crianças e adolescentes, o ex-atleta e campeão olímpico Zequinha Barbosa concordou em transformar a sessão pública numa sessão reservada, para rebater acusações de seu assessor, Luiz Otávio da Anunciação, de que teria mantido relações sexuais com três meninas menores de 18 anos. Zequinha Barbosa está sob investigação da polícia do Mato Grosso do Sul. Uma delas, teria 12 anos na época. Esta é a terceira vez que o ex-atleta e ex-secretário de Esportes do estado é convocado para depor na CPMI. O depoimento já dura mais de seis horas.
Ao tornar a sessão da CPMI reservada, os parlamentares pretendem, agora, confrontar as afirmações de Zequinha Barbosa com os depoimentos das três adolescentes e do assessor Luiz Otávio.
A relatora da CPI, deputada Maria do Rosário (PT-RS), disse que tudo leva a crer que Zequinha Barbosa e seu assessor eram clientes de uma rede de prostituição que envolvia crianças e adolescentes. A menina de 12 anos, citada neste caso, é a mesma que teria sido iniciada sexualmente pela própria mãe, aos 10 anos, sendo oferecida a dois vereadores como ela mesma contou à Comissão. Os vereadores envolvidos, César Disney (PT) e Róbson Martins (PSDB), renunciaram aos seus mandatos nesta semana.
Na audiência pública, Zequinha Barbosa assumiu parte das versões contadas pelos outros depoentes: que conhece uma das meninas (a de 12 anos), que esteve em sua casa e conheceu sua mãe e que usa o automóvel Toyota Corolla, que seria utilizado para levar as meninas a motéis. "Ele só não admitiu a circunstância da exploração sexual. Vamos procurar saber como ele se envolveu", disse a relatora Maria do Rosário.