Corrida de tora e final do cabo-de-guerra mobilizam torcida nos Jogos Indígenas

06/11/2003 - 7h16

Palmas, 6/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A corrida de tora, realizada pela primeira vez com caráter intertribal, e a final do cabo-de-guerra mobilizaram as torcidas ontem, no quarto dia dos Jogos Indígenas, na aldeia olímpica da praia da Graciosa, na capital tocantinense.

O dia começou com a apresentação do ritual sagrado do Hetohokã, que marca a transição da idade infantil para a idade adulta entre os índios Carajás. Durante a dança, a orelha dos homens é furada para marcar a passagem. Participaram da dança 20 jovens da aldeia Santa Isabel, da Ilha do Bananal (TO).

Na corrida de tora, cada etnia desenvolve técnicas peculiares, com regras e tipos de madeira diferentes, e há revezamento de atletas. A tora, com cerca de 150 quilos, geralmente retirada do caule da palmeira buriti, é carregada por dois ou três índios, que dão duas voltas na aldeia olímpica. Antes da disputa, os atletas convidaram seis pessoas do público para participar da demonstração e constatar a dificuldade e complexidade da prova. O vencedor foi o grupo da etnia Gavião Kyikatêjê, que realizou um ritual de agradecimento após a conquista.

O cabo-de-guerra surpreendeu a platéia com a demonstração de força e concentração dos índios. Também nesta modalidade, as etnias competiram entre si. Para os índios, não existe apenas um vencedor, pois, para cada competição entre duas etnias, há uma campeã. Foram 14 competições masculinas e 10 femininas. O jogo mais disputado entre os homens foi Kaiowá contra Paresi e, entre as mulheres, Bakairi contra Pataxó. Kaiowá, Kanela, Tembé e Xerente foram os vencedores tanto nas provas masculinas quanto nas femininas.

Material produzido por alunos de Jornalismo da Universidade Católica de Brasília