São Paulo, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Em reunião convocada para esta noite, o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) fará uma nova oferta aos metalúrgicos do Estado, em greve desde quarta-feira. A proposta apresentada pela Sinfavea no sábado foi rejeitada pelos trabalhadores. Segundo o Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, a nova oferta das montadoras será votada pelos trabalhadores no amanhecer de sábado, em assembléias nas portas das fábricas.
A expectativa dos metalúrgicos é que a nova proposta do Sinfavea seja semelhante à feita ontem aos trabalhadores da Scania, que já voltaram ao trabalho. A fábrica, que negociou isoladamente, concedeu 18,01% de reajuste salarial para todos os trabalhadores, sendo esse percentual composto pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e mais um ganho real, estimado em 2%.
Também negociando separadamente, a Toyota e a Ford abriram hoje nova negociação com seus funcionários. A Toyota ofereceu proposta semelhante à da Scania, e os funcionários já voltaram ao trabalho. A Ford ainda negocia com os metalúrgicos. Eles retornaram ao trabalho hoje e aguardam o resultado das conversações.
A Volkswagen, a General Motors e a Mercedes-Benz (Daimler Chysler) não quiseram negociar e instauraram na manhã de ontem dissídio coletivo de greve junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em São Paulo. Os metalúrgicos em greve e as três empresas não chegaram a um acordo na audiência de conciliação realizada ontem à tarde. O TRT julga o dissídio na próxima terça-feira, caso as partes ainda não tenham chegado a um consenso.
Em 12 cidades do interior paulista, metalúrgicos da CUT que trabalham em empresas dos demais setores do ramo metalúrgico realizaram na manhã de hoje diversas paralisações e protestos que, segundo a Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT de São Paulo, envolveram mais de 18 mil trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força Sindical, informou que os operários do ramo de mecânica e lâmpadas vão entrar em greve a partir de segunda-feira, caso não haja novas propostas.