Lula diz que não se deve aceitar a globalização à custa do empobrecimento

31/10/2003 - 17h29

Brasília, 31/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje no discurso durante almoço no Itamaraty com a presidente da Finlândia, Tarja Holonen, que a globalização é inevitável, mas não significa que todos devem reconciliar de forma fatalista a seus efeitos perversos. "Não precisamos aceitar que o preço da modernização, do ganho em competitividade e eficiência, é a marginalização, o empobrecimento e a desesperança daqueles que ficaram para trás", enfatizou o presidente.

O presidente Lula lembrou que tornar a globalização mais inclusiva e eqüitativa é um desafio que tem que ter a união de todos. "Foi com essa convicção que propus na abertura da 58ª Assembléia das Nações Unidas, a criação de um Comitê Mundial de Combate à Fome. Foi com esse objetivo que venho conclamando a comunidade internacional e os países desenvolvidos, em particular, a se engajarem nessa campanha", disse Lula.

O papel que a Finlândia vem desempenhando nessa causa, segundo o presidente Lula, serve como um aliado que o Brasil pode ter na luta para conscientizar os países ricos a um papel decisivo que cabe a eles na tarefa de construir um mundo mais justo e eqüitativo. "O mundo que queremos será construído por meio de valores que sempre uniram o Brasil e Finlândia, na defesa dos princípios democráticos e do multilateralismo, na preservação do meio ambiente, na justiça social e o respeito aos direitos humanos. Nosso relacionamento funda-se também numa parceria para trazer a nossos povos, os benefícios do intercâmbio comercial e da cooperação científica e tecnológica", afirmou Lula.

A presidente da Finlândia agradeceu as palavras do presidente Lula, afirmando que o seu país e o Brasil estão tradicionalmente em estreita colaboração nas Nações Unidas e em outros fóruns internacionais. "Ambos consideramos importante a consolidação do papel desta organização mundial na manutenção da paz e segurança internacionais. O esforço para o fomento de um desenvolvimento sustentável nos une também", concluiu.