''Time do Brasil que negocia Alca precisa estar alinhado'', afirma Furlan

20/10/2003 - 19h07

Brasília, 20/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - O "alinhamento" da posição do governo sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é fundamental para que o Brasil conduza a bom termo as negociações para a reunião de Miami (EUA), a ser realizada em novembro. A afirmação é do ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que participou hoje na Câmara dos Deputados da cerimônia de abertura do seminário "O Papel dos Legisladores na Alca".

Segundo o ministro "mesmo pessoas que jogam bem nas suas posições precisam ter um alinhamento para que o jogo do time seja melhor que a soma das partes". Furlan acrescentou que o presidente Lula deve promover, em breve, nova reunião com os ministros envolvidos nas negociações da Alca.

Dividindo a presidência da Alca com os Estados Unidos, o Brasil tem hoje uma responsabilidade que supera suas fronteiras. Este, no entender de Furlan, deve ser o ponto de reflexão no momento. "Temos dois anos de mandato outorgado pela coletividade dos 34 países para que levemos a bom termo as negociações", ressaltou o ministro. Furlan lembrou as palavras do presidente Lula na recente viagem a Argentina, quando destacou a responsabilidade brasileira na condução das negociações em torno da criação da Área de Livre Comércio das Américas.

"A negociação é um processo de aproximações sucessivas", acrescentou o ministro do Desenvolvimento. Alertou que este "processo" é complexo na medida em que envolve 34 países "com extraordinárias diferenças de território e de perfis econômicos". Furlan destacou que só os Estados Unidos detêm 70% do Produto Interno Bruto (PIB) das Américas. Já o Mercosul, contando as economias dos países agregados, não soma 10% do PIB da região. "São dois núcleos bastante assimétricos" afirmou.