Resgate do corpo de Martinez recomeça nesta terça

07/10/2003 - 7h45

Brasília - A operação de resgate dos corpos do deputado José Carlos Martinez e outros três ocupantes do avião que caiu no Paraná no último sábado foi interrompida novamente no início da noite desta segunda-feira. A equipe responsável pela ação, que conta com integrantes do Corpo de Resgate da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Corpo de Bombeiros de Curitiba, passou a noite no local e reiniciou o trabalho na manhã de hoje.

Devido à dificuldade de acesso ao local em que se encontra o monomotor, perto dos morros do Rolando e do Agudinho, a equipe de salvamento precisou descer por cordas para o trabalho de resgate dos corpos.

O helicóptero da Força Aérea Brasileira que levou a equipe de resgate ao local do acidente com o avião que vitimou o deputado José Carlos Martinez e outros três ocupantes, deixou ao final da tarde a região de Guaratuba, onde ocorreu o acidente.

O Centro de Comunicação Social da Aeronáutica divulgou nota oficial sobre o acidente aéreo. De acordo com o documento, uma mudança na trajetória do vôo, sem serviço de controle de radar e sem comunicação rádio, em condições de mau tempo na área, podem ter levado à "diminuição dos níveis de segurança do vôo".

No texto, a Aeronáutica informa também que "o acidente está sob investigação, existindo o prazo inicial de 30 dias úteis para término dos trabalhos de análise e determinação dos possíveis fatores que contribuíram para o sinistro".

Leia abaixo a íntegra da nota.

"Tendo em vista o acidente com a aeronave PT-OTR, na manhã do último dia 4 de outubro, na região de Guaratuba - PR, o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica informa que:

A aeronave PT-OTR havia decolado com plano de vôo visual direto para Navegantes - SC, o que pressupõe a operação com bom tempo, podendo assim visualizar eventuais obstáculos e evitá-los. Após a decolagem, ao afastar-se de Curitiba, o comandante solicitou ao Controle Curitiba para voar na proa de Paranaguá, com a finalidade de evitar formações meteorológicas na rota direta para Navegantes.

Quando afastado mais de 20 milhas náuticas de Curitiba, já próximo de Paranaguá, o comandante informou ao Controle Curitiba que iria baixar em condições de vôo visuais e prosseguir, via litoral, para o aeroporto de Navegantes.

O Controle Curitiba alertou ao comandante que, ao descer de nível de vôo naquele setor, estaria saindo da cobertura radar e de comunicações daquele órgão de controle e orientou-o para chamar a Torre de Controle de Joinville para cruzamento da área em direção a Navegantes.

A existência de cobertura radar é um fator da mais alta importância para a segurança de vôo, pois permite a localização contínua e precisa da aeronave. O fato de o piloto ter alterado sua trajetória de vôo, sem serviço de controle radar e sem comunicação rádio, em condições de mau tempo na área, inegavelmente, poderá ter representado uma diminuição dos níveis de segurança do vôo.

Em condições meteorológicas adversas, o plano de vôo por instrumentos deveria ser utilizado, conforme prevê a legislação aeronáutica nacional e internacional. O piloto, ao prosseguir com plano de vôo visual nas condições existentes, sem cobertura radar e sem comunicações, dificultou a pronta localização da aeronave sinistrada, como se verificou.

Dessa forma, o Cecomsaer ressalta a inexistência de qualquer "desmentido" feito por integrantes do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta II) ao Exmo. Sr. Ministro da Defesa.

Cabe registrar que, exatamente como alertou o Senhor Ministro, visando a chamar a atenção de proprietários e operadores de aeronaves, um grande número de incidentes e acidentes poderiam ser evitados ou minimizados através da plena utilização dos recursos de controle de tráfego aéreo disponíveis para os usuários.

Finalmente, cumpre lembrar que o acidente está sob investigação, existindo o prazo inicial de 30 dias úteis para término dos trabalhos de análise e determinação dos possíveis fatores que contribuíram para o sinistro.

Por oportuno, objetivando um perfeito entendimento da matéria, este Centro informa que a única autoridade autorizada a se pronunciar a respeito das ações realizadas, na área do Cindacta II, é o seu Chefe, em estreita coordenação com Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, por ser este o órgão normativo central do Comando da Aeronáutica com a tarefa de informar a realidade dos fatos."

As informações são do site da Agência Câmara.

07/10/03