Brasília, 7/10/2003 (Agência Brasil – (ABr) - O presidente e o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Banestado, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) e deputado José Mentor (PT-SP), pediram hoje ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, proteção policial para o ex-gerente do Banestado em Foz do Iguaçu (PR), Valderi Werlen, que, segundo Paes de Barros, fez revelações importantes recentemente, durante depoimento em sessão reservada no Senado, além de garantia de segurança para o irmão dele, Valdir Werlen, preso no Paraná, que já foi ouvido em juízo e também fez revelações fundamentais para as investigações da CPI. "Isso é relevante, para que as pessoas que estão colaborando com as investigações possam se sentir seguras", afirmou o senador.
Antero Paes de Barros pediu ainda ao ministro da Justiça o apoio do governo brasileiro para que integrantes da CPI consigam ouvir, no Paraguai, João Arcanjo Ribeiro, que foi preso naquele país acusado de falsidade ideológica. O governo brasileiro já fez o pedido de extradição ao governo paraguaio para que o "Comendador Arcanjo", como é chamado o empresário, seja transferido para o Brasil. Antes, porém, Arcanjo terá que responder ao crime de falsidade ideológica no Paraguai. No Brasil, o "Comendador Arcanjo" é acusado de comandar o crime organizado no Mato Grosso. "O ministro Márcio Thomaz Bastos está muito sensibilizado e disse que vai apoiar os trabalhos da CPI, por intermédio da Polícia Federal", destacou o senador Antero Paes de Barros, acrescentando que o mesmo pedido será feito, também, ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci.
O presidente da CPI disse que investigações sobre o caso Banestado estão adiantadas, lembrando, inclusive, que promotores distritais em Nova Iorque já começaram a analisar documentos da chamada "Conta Lespan", por onde vários brasileiros movimentaram dinheiro nos Estados Unidos. O senador Antero Paes de Barros informou que os trabalhos da CPI devem mesmo ser prorrogados até o final de abril do ano quem vem. Segundo ele, isso só depende, agora, da autorização das mesas diretoras da Câmara e do Senado, já que se trata de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, envolvendo deputados e senadores.
Os parlamentares aproveitaram ainda o encontro com o ministro da Justiça para solicitar mais recursos, do Orçamento da União, para a Polícia Federal investigar em melhores condições o crime organizado, especialmente nas questões envolvendo a lavagem de dinheiro e as remessas ilegais de divisas para o exterior.