Rio, 7/10/2003 (Agência Brasil - ABr) - Até agora, treze pessoas foram presas na operação desencadeada pela Polícia Federal, nesta terça-feira, no Rio. A operação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa que, através das empresas Saldequímica Comercial e Saldec Produtos Químicos e Pecuários, distribuidoras de produtos químicos controlados, vendia substâncias entorpecentes para pontos de tráfico nas favelas da cidade.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Antônio Carlos Rayol, que coordena as investigações iniciadas há oito meses, as empresas chegavam a fornecer 250 quilos de produtos químicos, por semana, para o tráfico. Misturados à cocaína, os produtos químicos podem aumentar em até oito vezes o lucro dos traficantes. Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão e os policiais continuarão em diligências para cumprir outros 13 mandados de prisão.

Nesta manhã, foi preso, em São Luis (MA), o dono das empresas, Ibrahim Aziz Simão, o "Zinho", e deverá ser trazido para o Rio ainda hoje. Outras 12 pessoas, incluindo a esposa e uma tia de Aziz, foram presas nesta capital. Eles tiveram suas prisões decretadas por 30 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, após investigações que incluíram escutas telefônicas.

Os produtos químicos eram vendidos para traficantes das favelas de Acari, Cidade de Deus, Manguinhos, Morro de São João, Jacarezinho e Cavalão, em Niterói. Segundo Antonio Rayol, as investigações e as diligências continuarão no Rio e em outros estados.

O esquema de fornecimento ilegal de produtos químicos foi descoberto por agentes do Setor de Controle de Produtos Químicos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Cerca de 120 policiais federais participam da operação, que contou com o apoio das Delegacias da Polícia Federal de Nova Iguaçu e de Niterói.
(Angélica Gramático)