Investe Brasil prevê aumento de investimentos estrangeiros em 2004

26/09/2003 - 19h31

Rio, 26/9/2003 (Agencia Brasil - ABR) – A melhoria do ambiente macro-economico brasileiro e da percepção do país no exterior, ao contrário do que ocorria há seis meses, conjugada com a expectativa de melhoria conjuntural de algumas economias-chave no cenário internacional levaram a Rede Brasileira de Promoção de Investimentos (Investe Brasil) projetar para 2004 uma recuperação do fluxo de investimentos estrangeiros no Brasil, atingindo entre US$ 14 bilhões a US$ 15 bilhões.Em declaração à Agência Brasil hoje, nesta capital, o diretor da Investe Brasil, Clementino Fraga Neto, disse que o otimismo para o próximo ano se baseia nas medidas econômicas adotadas pelo governo, que já começam a surtir efeito, o que contribuirá para a atração de investimentos no longo prazo.

A Investe Brasil divulgou hoje a análise do Investimento Estrangeiro Direto (IED), elaborada com bases em dados do Banco Central. O estudo projeta para este ano um fluxo de IED no Brasil entre US$ 9 bilhões a US$10 bilhões, o que significará algo em torno de 1,8% do fluxo de investimentos de US$ 600 bilhões estimado para o mundo neste exercício. O dado indica um decréscimo em relação aos US$16 bilhões registrados no país em 2002. A queda acompanha a retração econômica mundial, causada pela guerra do Iraque, pela desaceleração do ritmo de crescimento dos países desenvolvidos e pela estagnação e crise das principais economias mundiais.

No âmbito doméstico, podem ser enumerados entre os aspectos que afetam ou afetaram o fluxo de IED no Brasil: a crise de confiança pré-eleitoral, a expectativa pelas reformas previdenciária e tributária, aretomada do crescimento, o fortalecimento da China como pólo de atração de investimentos, entre outros fatores.

Clementino Fraga Neto afirmou, por outro lado, que os números de agosto sinalizam que o fluxo de IED se estabilizará no nível de US$ 1 bilhão/mês no Brasil. Os investimentos estrangeiros diretos em agosto no Brasil somaram US$ 980 milhões, mostrando acréscimo de 11% em comparação a igual mês do ano passado. No acumulado do ano, entretanto, o fluxo somou US$ 5,727 bilhões, com queda de 50% em relação aos US$ 11,429 bilhões que entraram no mesmo período no Brasil. Em relação a julho deste ano, quando o fluxo de IED alcançou US$ 1,247 bilhão, a retração observada em agosto foi de 21%, informou Clementino Fraga Neto. (ALANA GANDRA)