Brasília, 26/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Plano de Ação para Eficiência Energética em Edificações foi lançado pela Eletrobrás ontem à noite. O objetivo é promover a conservação e o uso eficiente da energia elétrica, reduzindo desperdícios e impactos sobre o meio ambiente.
No Brasil, os edifícios residenciais e comerciais são responsáveis por cerca de 48% do consumo total de energia elétrica. Com base neste dado, o diretor de Projetos Especiais e Desenvolvimento Tecnológico e Industrial da Eletrobrás, José Drummond Saraiva, afirma que é necessário estimular a redução de consumo nesta área por meio do combate ao desperdício de energia elétrica. "Para atingir esta meta, temos que incentivar a utilização racional da energia e a construção de edificações com tecnologia que permita sua conservação", explica o diretor.
A nova concepção de edificação se enquadra no que os representantes do programa de Eficiência Energética em Edificações (e.e.e) chamam de Arquitetura Bioclimática - antes de tentar melhorar os sistemas de condicionamento de ar e outros sistemas dependentes de eletricidade, é possível planejar e construir edifícios que não necessitam tanto destes aparelhos. Este conceito é aplicado principalmente em edifícios de médio a pequeno porte e quando a malha urbana é menos densa, pois permite o acesso ao vento, à radiação solar e à luz natural.
O chefe do Departamento de Desenvolvimento de Projetos Especiais da Eletrobrás, George Alves Soares, ratificou a necessidade de financiamento a projetos que viabilizem edificações com índices de conservação de energia mais eficientes. "Existem estimativas que apontam que nossas edificações tem potencial de conservação de 30%. Se utilizarmos este conceito em novas construções, poderemos ter projetos 50% mais eficientes", afirmou Soares.
Saraiva e Soares ressaltaram que o plano foi desenvolvido por um conjunto de especialistas de diversos segmentos - como escolas de Arquitetura e Engenharia Civil de universidades federais, os ministérios de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia; o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro); o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), institutos de pesquisa, entidades internacionais e associações de classe.
Embora os índices de consumo em edificações sejam altos, Saraiva negou a possibilidade de futuros apagões. "Hoje existe sobra de energia no país. Mesmo se tivermos crescimento econômico, temos uma produção que inviabiliza a possibilidade de escassez nos próximos anos". Ainda assim, o diretor afirmou que é necessário combater o desperdício de energia elétrica, pois esta economia implica em melhoria da qualidade de produtos e serviços, reduzindo impactos ambientais e fomentando a criação de empregos. "Racionalizar o consumo de energia é uma política permanente de governo", conclui Saraiva.