Brasília, 26/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - O hábito prolongado do fumo e do álcool está diretamente associado ao carcinoma - o tipo mais comum de câncer bucal. Essa doença ocupa
o sétimo lugar na lista dos tipos de câncer mais freqüentes entre a população brasileira. Santa Catarina é o sexto estado com maior incidência da doença.
Para discutir métodos de diagnóstico e tratamento, entre outros temas, Florianópolis sedia o II Congresso Sul Brasileiro de Câncer de Boca e II Fórum de Discussão em Diagnóstico Bucal. O evento se realiza no Centro Administrativo do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) hoje e amanhã. O congresso, que tem a participação de profissionais da área da saúde e alunos de graduação e pós-graduação que trabalham com pacientes, é promovido pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
De acordo com a professora de Odontologia da UFSC, Liliane Janete Grando, presidente da comissão organizadora do evento, o câncer de boca inicialmente não apresenta sintomas. Numa fase mais avançada, os sinais mais observados são dor, ulceração, aumento de volume de lesões bucais, dificuldade de engolir e sangramento. O diagnóstico precoce do câncer de boca e o imediato encaminhamento do paciente para o tratamento adequado são fatores importantes para redução da mortalidade.
Hoje há várias opções terapêuticas para o tratamento do câncer bucal. Cirurgia, radioterapia e quimioterapia são as principais. Estas modalidades de tratamento têm apresentado resultados clínicos bastante significativos quanto ao aumento de expectativa de vida dos pacientes. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), os pacientes com câncer de boca com
idade entre 40 a 70 anos têm de um a três anos perdidos de expectativa de vida ao contraírem a doença.
Para tratamento, a maioria dos pacientes é submetida à remoção cirúrgica do tumor, apesar da mutilação. O tratamento radio ou quimioterápico muitas vezes atinge, além das células com câncer, células normais dos indivíduos doentes, causando reações que debilitam e comprometem a qualidade de vida do paciente, como mucosite e disfunção das glândulas salivares.
"Devido à complexidade do tratamento do câncer de boca, o acompanhamento precisa ser multidisciplinar com a participação de médicos, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos, além de rígido acompanhamento odontológico", ressalta Liliane. Segundo ela, o auto-exame é uma medida preventiva que, praticada regularmente, se torna um meio eficaz de identificar precocemente o câncer de boca.
A pessoa deve ficar em frente ao espelho, puxar os lábios e bochechas, olhar o céu da boca, embaixo da língua e garganta; além de colocar a língua para fora e mexê-la de um lado
para o outro. Caso observe machucados sem cicatrização por mais de 15 dias, áreas de sangramento ou regiões endurecidas, deve procurar imediatamente um dentista.
O Centro de Pesquisas Oncológicas (Cepon) e o Ambulatório de Estomatologia do Hospital Universitário (HU), na UFSC, são locais em que se pode obter informações. O telefone do Cepon é (48) 251.9700 e do Ambulatório é (48) 331.9137. (Agência de Comunicação/UFSC)