Brasília, 4/9/2003 (Agência Brasil - ABr) - A retomada do diálogo e das negociações é fundamental para a votação, na próxima semana, dos destaques e emendas apresentados à reforma tributária, cujo texto-base foi aprovado na madrugada de hoje. A afirmação foi feita pelo vice-líder do PT, deputado Paulo Bernardo (PR), que lamentou o clima ruim criado pela atitude do PFL de se ausentar do plenário e pela vaia que os pefelistas receberam dos aliados.
Paulo Bernardo disse que agora é hora de trabalhar nas emendas e ver o que se pode avançar em um acordo, aceitando, ou não, parte das reivindicações dos partidos de oposição. Ele gostaria de que a oposição retirasse todas as emendas, mas sabe que isso não irá acontecer. Por isso, acrescentou, será preciso ver onde há condições de ceder, sem mexer nos pontos essenciais da reforma tributária e desde que os pleitos não provoquem grandes despesas ou quedas de receita.
Para ele, é preciso que oposição e situação estejam totalmente abertas ao diálogo para chegar a um bom entendimento. Das 48 votações previstas, o vice-líder acredita que, com entendimento e negociação, as votações poderão cair algo em torno de 10.
O deputado ressaltou que essa reforma tributária traz grandes ganhos para a retomada do crescimento e para a geração de empregos. Segundo ele, ao contrário do que a oposição tem afirmado, essa reforma não aumenta a carga tributária e reduz tributos na cesta básica e nos medicamentos de uso continuado, que são itens que beneficiam principalmente as famílias mais carentes.
Só no caso da cesta básica e dos medicamentos, cujos tributos chegam a ser de 30% a 33%, com a aprovaçâo da reforma, eles deverão cair para 10% e, em alguns produtos, poderá se chegar à alíquota zero, barateando assim o custo da alimentação para as famílias mais carentes.